O ser humano é um ser que FALA. O
ser humano é um ser de LINGUAGEM. E é por meio da linguagem que se efetua nossa
ESTAR-NO-MUNDO, A linguagem, pois, é inseparável do humano, e é com ela que
modelamos nossos pensamentos e sentimentos, que, por sua vez, modelam nosso
comportamento e nossas ações.

Psicoterapia é DIÁLOGO, uma
interação entre indivíduos. Embora seja um conversa, sabemos que uma conversa
que se dá em um outro campo dialogal (campo terapêutico). DI, em grego
significa “dois”, LOGOS, palavra, pensamento, razão. Porém em grego DIA
significa “por intermédio de”, e neste sentido não um diálogo apenas entre duas
pessoas ou mais, mas sim, e principalmente, uma conversa “por meio da palavra”.
A palavra, é nosso principal agente. Lembremos que não só falamos com palavras
verbais, mas também através da linguagem corporal, do silêncio, da omissão, da
mímica, dos gestos.

O diálogo em psicoterapia está,
regra geral, relacionado à REFLEXIBILIDADE, isto é ao questionamento e à
reflexão. Em dicionário reflexão se define como “concentração do espírito sobre
si mesmo”. Também se define reflexão como “ação ou efeito de se desviar da
direção original”. Se psicoterapia fosse um diálogo que de alguma forma não
objetivasse uma mudança nos rumos dos discursos, será mais apenas um simples
colóquio. Mas psicoterapia não colóquio propriamente dito, mas sim um “tratamento,
por meios psicológicos, de problemas de natureza emocional” (início da
definição de Wolberg, definição esta dada em sala de aula, lembram?).

De maneira geral o foco de toda e
qualquer psicoterapia é sempre as experiência subjetivas de cada pessoa,
respeitando, é claro, o modo de ser de cada sujeito. É possibilitar à pessoa do
cliente/paciente a melhor adentrar em sua própria mente, seus pensamentos, suas
lembranças, suas emoções e sentimentos, suas fantasias, suas percepções, suas
sensações, ampliando, assim uma visão de si próprio, de suas relações com as outras
pessoas, de sua visão de mundo e da vida, buscando propiciar, desse modo, novos
sentidos e novos significados. O professor emérito da Universidade de Brasília
(UNB), Jorge Ponciano Ribeiro, certa vez disse que a psicoterapia não visa
mudar a história do sujeito, mas sim a maneira como ele “lê” ou interpreta sua
história.

Em seu hoje clássico livro Teorias e Técnicas Psicoterápicas (atenção
Sérgio, disponibiliza pro grupo ele em PDF), Ponciano destaca que é através da
história do paciente que o terapeuta vai com o mesmo descobrindo os focos de
maior conflito, e, com isto, conhecendo melhor a psicogênese do processo e da psicodinâmica
atualmente vivida e em ato. O instrumento-meio da psicoterapia é, portanto,
sempre a comunicação (verbal e/ou não verbal) estabelecida entre os
protagonistas da cena terapêutica (terapeuta-paciente).
SUGESTÃO DE LEITURA;
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672009000200005
http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v48n6/pt_0080-6234-reeusp-48-06-1127.pdf
https://revistas.cesmac.edu.br/index.php/psicologia/article/view/926
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