quarta-feira, 1 de abril de 2020

DIÁRIO DE AULA - CLÍNICA I, PSICOTERAPIA & DIÁLOGO


Não é maluquice: falar sozinho faz com que as pessoas resolvam as ...




O ser humano é um ser que FALA. O ser humano é um ser de LINGUAGEM. E é por meio da linguagem que se efetua nossa ESTAR-NO-MUNDO, A linguagem, pois, é inseparável do humano, e é com ela que modelamos nossos pensamentos e sentimentos, que, por sua vez, modelam nosso comportamento e nossas ações.

Diálogo e diálogos: uma abertura a novos caminhosPsicoterapia é DIÁLOGO, uma interação entre indivíduos. Embora seja um conversa, sabemos que uma conversa que se dá em um outro campo dialogal (campo terapêutico). DI, em grego significa “dois”, LOGOS, palavra, pensamento, razão. Porém em grego DIA significa “por intermédio de”, e neste sentido não um diálogo apenas entre duas pessoas ou mais, mas sim, e principalmente, uma conversa “por meio da palavra”. A palavra, é nosso principal agente. Lembremos que não só falamos com palavras verbais, mas também através da linguagem corporal, do silêncio, da omissão, da mímica, dos gestos.

Auto-observação e um mundo de descobertas | Psico.Online Blog


O diálogo em psicoterapia está, regra geral, relacionado à REFLEXIBILIDADE, isto é ao questionamento e à reflexão. Em dicionário reflexão se define como “concentração do espírito sobre si mesmo”. Também se define reflexão como “ação ou efeito de se desviar da direção original”. Se psicoterapia fosse um diálogo que de alguma forma não objetivasse uma mudança nos rumos dos discursos, será mais apenas um simples colóquio. Mas psicoterapia não colóquio propriamente dito, mas sim um “tratamento, por meios psicológicos, de problemas de natureza emocional” (início da definição de Wolberg, definição esta dada em sala de aula, lembram?).

Mindfulness desenvolve o autoconhecimento - Academia de MindfulnessDe maneira geral o foco de toda e qualquer psicoterapia é sempre as experiência subjetivas de cada pessoa, respeitando, é claro, o modo de ser de cada sujeito. É possibilitar à pessoa do cliente/paciente a melhor adentrar em sua própria mente, seus pensamentos, suas lembranças, suas emoções e sentimentos, suas fantasias, suas percepções, suas sensações, ampliando, assim uma visão de si próprio, de suas relações com as outras pessoas, de sua visão de mundo e da vida, buscando propiciar, desse modo, novos sentidos e novos significados. O professor emérito da Universidade de Brasília (UNB), Jorge Ponciano Ribeiro, certa vez disse que a psicoterapia não visa mudar a história do sujeito, mas sim a maneira como ele “lê” ou interpreta sua história. 

Em seu hoje clássico livro Teorias e Técnicas Psicoterápicas (atenção Sérgio, disponibiliza pro grupo ele em PDF), Ponciano destaca que é através da história do paciente que o terapeuta vai com o mesmo descobrindo os focos de maior conflito, e, com isto, conhecendo melhor a psicogênese do processo e da psicodinâmica atualmente vivida e em ato. O instrumento-meio da psicoterapia é, portanto, sempre a comunicação (verbal e/ou não verbal) estabelecida entre os protagonistas da cena terapêutica (terapeuta-paciente).



SUGESTÃO DE LEITURA;

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672009000200005

http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v48n6/pt_0080-6234-reeusp-48-06-1127.pdf

https://revistas.cesmac.edu.br/index.php/psicologia/article/view/926





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