quarta-feira, 29 de abril de 2020

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: CLÍNICA I

1)      TRE (CE)/ 2015
Freud comparava o inconsciente a um grande salão de entrada no qual um grande número de pessoas, cheias de energia e consideradas de má reputação, movem-se desordenadamente, agrupam-se e lutam incansavelmente para escapar até um pequeno salão contíguo. No entanto, um guarda atento protege o limiar entre o grande salão de entrada e a pequena sala de recepção. O guarda possui dois métodos para prevenir que elementos indesejáveis escapem do salão de entrada: ou os recusa na porta de entrada ou expulsa aqueles que haviam ingressado clandestinamente na sala de recepção. O efeito nos dois casos é o mesmo: os indivíduos ameaçadores e desordeiros são impedidos de entrar no campo de visão de um hóspede importante que está sentado no fundo da sala de recepção, atrás de uma tela. O significado da analogia é óbvio. As pessoas no salão de entrada representam as imagens inconscientes.

A pequena sala de recepção é

A)     a representação de um mecanismo de defesa consciente.
B)      A consciência
C)      a pré-consciência.
D)     o superego.
E)      o ego. 


2)      UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS/2012

A ação que consiste em atribuir qualidades, sentimentos ou intenções originadas em si próprio a uma outra pessoa, um animal ou um objeto é chamada de
A) racionalização.
B) projeção.
C) idealização.
D) regressão.
E) isolamento.

3)      MINISTÉRIO PÚBLICO (AL)/2018
No campo da clínica psicanalítica, Freud identificou certo fenômeno no qual os sentimentos do paciente para com o analista seriam manifestações de uma relação recalcada com imagos parentais. Tal fenômeno foi inicialmente concebido como uma resistência ao tratamento, para depois ser visto como sua principal força motriz, inscrevendo-se no centro da direção da cura.
Esse fenômeno chama-se

A)     rememoração.
B)      fantasia.
C)      repetição.
D)     transferência.
E)      idealização.

4)      TRE (BA)/2017
 “Freud, sentindo que, em alguns momentos, o método de livre associação podia não funcionar livremente, e cedo ou tarde os pacientes chegavam a um ponto das recordações se sentindo incapacitados ou indispostos para continuar, desenvolveu o termo resistência dentro da teoria psicanalítica.” (Dane P. Schultz, 2006). Na visão psicanalítica Freudiana, a resistência deriva da:

A)     psicose.
B)      angústia.
C)      neurose.
D)     repressão.

5)      PREFEITURA SERRA BRANCA (PB)/2018

A partir de BOCK et al. (2011) a Psicanálise é um dos sistemas mais conhecidos na psicologia. Porém, por este motivo mesmo há muitas interpretações equivocadas sobre os conceitos desta teoria/abordagem. Assim, a partir das definições psicanalíticas sobre o inconsciente, analise as assertivas abaixo.
I- No inconsciente estão elementos reativos, que nunca foram conscientes e que não são acessíveis à consciência.
II- Há uma vivacidade e imediatismo no material inconsciente. Memórias muito antigas, quando liberadas à consciência, não perdem nada de sua força emocional.
III- Quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e sentimentos que o precedem, as conexões estão no inconsciente.
IV- Uma parte do inconsciente é consciente. Ali estão os principais determinantes da personalidade, as fontes da energia psíquica, e pulsões ou instintos.
Está CORRETO o que se afirma em

A)     I e IV.
B)      I, II e III.
C)      II e III.
D)     II e IV.
E)    I, II, III e IV.


6)      UFRN/2018

Para Freud, a aprendizagem se estabelece na relação entre alguém que ensina e alguém que aprende, sendo a transferência a força motriz desse processo. A psicanálise propõe que a relação transferencial no âmbito educativo

A)     constitui um laço afetivo que se estabelece com base na capacidade didática do professor, o que possibilita que o aprendiz se vincule aos conhecimentos e saberes transmitidos pelo docente.
B)      equivale à desenvolvida na relação entre analista e analisando, o que justifica as recomendações de que os professores sejam submetidos à análise pessoal antes de exercerem a docência.
C)      consiste em reviver, nas relações atuais, um número considerável de estados psíquicos anteriores, sendo por essa razão que Freud referiu-se à possibilidade de os professores serem representados como pais substitutos
D)     depende especificamente das características individuais do aprendiz, haja vista que alguns estudantes são, a priori, mais propensos a estabelecerem relações amistosas com os professores, o que pode ser 

7)      FIOCRUZ/2010

Ao longo de sua obra, Freud pouco alude ao que chamou de contratransferência, ou seja, ao conjunto das reações inconscientes do analista à pessoa do analisando e, mais particularmente, à transferência deste.

Do ponto de vista técnico, analise as orientações que o psicanalista deveria seguir face o estabelecimento de um processo contratransferencial.

I. Elaborar ao máximo as manifestações contratransferenciais através da análise pessoal para que a situação analítica se estruture eminentemente pela transferência do paciente.

II. Utilizar, controladamente, as manifestações contratransferenciais no trabalho analítico, já que, segundo Freud, o inconsciente do analista é um instrumento que não deve ser totalmente desprezado na situação analítica.

III. Guiar-se principalmente pelos processos contratransferenciais na situação analítica.
Analise:

A)     se apenas a I é adequada.
B)      se apenas a II é adequada.
C)      se apenas a I e a III são adequadas.
D)     se apenas a I e a II são adequadas.
            E)      se todas são adequadas.

8)      PREFEITURA GUARATUBA (PB)/2008
Na relação terapeuta/paciente, transferência é, segundo a teoria psicanalítica, o nome que se dá às reedições de experiências emocionais do paciente na forma de atualizações com a pessoa do médico. De forma análoga, contratransferência é o nome que se dá às respostas emocionais despertadas no terapeuta em sua relação com seu paciente especificamente. Sobre a relação médico-paciente, assinale a alternativa correta.

A)     A contratransferência dá-se como resultado do mau preparo técnico do médico.
B)      A transferência e a contratransferência podem se constituir em fatores que favorecem uma boa relação médico paciente.
C)      A transferência consiste principalmente em sentimentos de forte colorido erótico.
D)     O médico precisa trabalhar de maneira a não se constituir em fator desencadeante de transferência por parte do paciente
E)      Por se constituir em fenômeno danoso à relação médico–paciente, todo esforço deve ser feito para se evitar a contratransferência.

9)      EBSERH/2018

A transferência é um conceito psicanalítico freudiano que compreende as atitudes e os sentimentos inconscientes do paciente para com o médico e vice-versa.

                             (              ) CERTO               (              ) ERRADO

10)   DEFENSORIA PÚBLICA (RS)/2017

Pode-se dizer que o conceito de resistência foi introduzido cedo por Freud e que ele exerceu um papel decisivo no aparecimento da psicanálise, impulsionando-o a renunciar à hipnose e à sugestão, por causa da resistência que lhes apunham certos pacientes. Nesse sentido, a resistência corresponde a tudo o que, no decorrer do tratamento

A)     psicanalítico, nos atos e palavras do analisando, se opõe ao acesso deste ao seu inconsciente.
B)      ) analítico, nas fantasias e emoções do analisando, se alinha ao acesso deste ao seu inconsciente.
C)      de elucidação dos sintomas, colabora com o acesso aos conteúdos conscientes e inconscientes.
D)     cognitivo do discurso do paciente, se põe como acesso aos conteúdos conscientes, pré-conscientes e inconscientes.
E)      analítico, nas somatizações ou ações do analisando, melhora o acesso deste ao seu inconsciente.


terça-feira, 28 de abril de 2020

DIÁRIO DE AULA - CLÍNICA I - TRANSFERÊNCIA/CONTRATRANSFERÊNCIA, PARTE 1

Introdução
• Qualquer psicoterapia é, acima de tudo, um trabalho de
relação entre duas pessoas.
• Como em qualquer relação...
Em termos bem sucintos podemos definir o fenômeno da transferência como um deslocamento de questões atribuídas a pessoa significativas do passado remoto (infantil) para pessoas significatovas do pressente. O tempo cronológico passa, mas o tempo psicológico seque outras regras que de alguma maneira subverte a irreversibilidade temporal da vida e da existência. A temporalidade psíquica não é linear, porém transversal. Decididamente estava certo o filósofo francês Henri Bergson ao afirmar que o tempo passado é um tempo que não passa, ao menos psicologicamente falando. Escreveu Bergson: "nossa duração não é um instante que substitui o outro instante: nesse caso, haveria sempre apenas presente, não haveria prolongamento do passado no atual, não haveria evolução, não haveria duração concreta. A duração é o progresso contínuo do passado que rói o porvir e incha à medida que avança". Como ainda afirma, "o passado se conserva por si mesmo, automaticamente". 
QUANTO TEMPO ME RESTA? REFLEXÕES ACERCA DA TEMPORALIDADE EM ...

Nosso passado se conserva tanto em nossa memória, quanto nos nossos mais mínimos gestos (não é a toa que outro escritor francês, André Malraux, tenha dito que "cultura é tudo aquilo que fica depois da gente esquecer tudo aquilo que a gente aprendeu"), Somos capazes de evocar um sentimento/emoção (ou sermos por evocados), quando, por exemplo, ouvimos uma música ou quando nos deparamos com um cheiro, imagem, lembrança ou outro estímulo qualquer, e assim podemos sentir afetivamente afetos de outrora como se eles tivessem sendo sentidos no hoje das nossas vidas. Si, somos seres fatalmente passíveis de transferir para o agora vivências, desejos, comportamentos e sentimentos que tiveram raízes no passado.

Transferência em Psicologia Mecanismo de Transferência PsicanáliseFreud foi tanto perspicaz quanto sábio ao perceber o fenômeno psicologicamente repetitivo, inconsciente e deslocativo que ele denominou de transferência psíquica. No início ele entendeu o fenômeno transferencial como um obstáculo terapêutico, porém sua agudez intelectual e genialidade acabou reconhecendo a transferência como o principal recurso, não somente para compreender a dinâmica psíquica do paciente, mas também como recurso e instrumento primordial para à superação de conflitos e cura de padecimentos psicopatogênicos. 

Em termos mais específicos (na visão psicanalítica), pode-se traduzir a transferência como:

Transferência
• Transferência é um fenômeno de todas as formas pelas
quais que o paciente vivencia com o psicanalista, em
...
Embora a Psicologia seja uma ciência de muitos rostos, nomes e visão díspares, e, por isso mesmo, seja uma ciência fragmentada e pluralizada em várias vertentes, concepções, escolas e ideologias e teorias muitas vezes até antagônicas, há de se reconhecer que o fenômeno transferencial independe de "igrejinhas" e visões distintas de homem. A chamada Abordagem Centrada na Pessoa, voltada a trabalhar psicologicamente as questões em termos de aqui-agora, não foge, por exemplo, de reconhecer a transferência, embora há veja e maneja sob outra perspectiva, Já dizia Carl Rogers: "o terapeuta lida com estas atitudes precisamente da mesma foram que lida com atitudes semelhantes dirigidas a outros. Parafraseando e modificando a afirmação de Fenichel para tornar verdadeira esta perspectiva, poder-se-ia dizer: A reação do terapeuta centrado no paciente à transferência é a mesma que perante qualquer outra atitude do paciente: procura compreendê-la e aceitá-la". 
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Também a Terapia Existencial-Fenomenológica abre espaço para a discussão, como assim o fez Rollo May, um dos seus principais expoentes: "para a terapia existencial, a transferência se situa no contexto novo de um evento que se produz numa relação real entre duas pessoas. Quase tudo que o paciente faz em relação ao terapeuta durante um sessão de terapia contém um elemento transferencial".
Psicanálise Bíblica: Transferência para FreudSeja como for, a transferência desempenha importante e fundamental papel no processo de qualquer relação psicoterápica, pois é impossível existir presente humano, sem passado humano. Trata-se de um valioso fenômeno psíquico, cujo significado e manejo irá variar de abordagem à abordagem. 

Mesmo em terapias manualizadas, reconhece-se o fenômeno, embora, muitas vezes, embutido sob a terminologia conceitual de "esquema", como faz Aaron Beck ao expressar que "um esquema é uma estrutura cognitiva que filtra, codifica e avalia os estímulos aos quais o organismo é submetido. É com essa ferramenta que o indivíduo registra o mundo e através disso que se posiciona frente ao mesmo. Entendamos então que a relação e a contra-relação na terapia irá se constituir levando em conta a forma como paciente e terapeuta “registraram o mundo” em que vivem. O terapeuta deve ficar atento para o que os esquemas do pacientes podem estar despertando nele mesmo, pois: isso possibilitará que o terapeuta seja mais efetivo na relação, promovendo um modelo de papel para o paciente".     

Projeção: mecanismos de defesaPelo acima exposto, considerando-se que uma relação terapêutica é um encontro entre indivíduos, pessoas ou subjetividades, a questão da transferência, por sua vez, abre espaço para outro fenômeno clínico significativo: a contratransferência. 

DIÁRIO DE AULA - CLÍNICA I: TRANSFERÊNCIA/CONTRATRANSFERÊNCIA, PARTE 2

Raios de Sol: A TRANSFERÊNCIA E A CONTRATRANSFERÊNCIA, UMA DIALÉTICA



Em termos bem sucintos, a contratransferência é uma reação ou resposta do terapeuta à transferência do paciente, afinal uma relação é uma via de mão dupla e não uma via de mão única, ou seja, há duas pessoas, dois sujeitos, duas psiquês.


ESTUDOS DE PSICANÁLISE: Transferência e Contratransferência
Diferente da compreensão que fez Freud em relação à transferência (inicialmente vista como óbice ao trabalho terapêutico, mas depois entendida como a principal via do trabalho terapêutico), o mesmo não aconteceu com o conceito de contratransferência, visto por ele como inibidor do trabalho clínico do terapeuta. Freud considerava a contratransferência como uma incapacidade do psicoterapeuta em manejar adequadamente aqueles aspectos dos conteúdos do paciente que atingiam problemas internos dele, terapeuta. Neste sentido seria como uma resposta de problemas mal resolvidos do terapeuta que deveriam ser superados por este. 

Sobre a contratransferência - Heimann

A grande guinada tanto conceitual quanto operacional da contratransferência veio através de dois importantes nomes da história da psicologia, mais precisamente da psicanálise: a inglesa Paula Heimann e o argentino de origem polonesa Henrich Racker, ambos no início dos anos 1950. Para Heimann o encontro psicoterápico reencena o drama neurótico do paciente na situação relacional de tratamento, o inconscientemente o mesmo projetar na figura do terapeuta parte de seus conflitos internos mal resolvidos. O terapeuta, por sua vez, não é uma figura inerte e sem vida, pelo contrário, é igualmente um ser humano, razão pela qual deverá sentir e reagir, muitas vezes inconscientemente, às projeções a ele dirigidas. Isso transformaria a contratransferência (reação à transferência do paciente) em um valioso instrumento e ferramenta psicológica à disposição do terapeuta à compreensão da dinâmica interna e inconsciente de seu paciente. Em outras palavras, em termos psicodinâmicos, somos (terapeutas) chamados a atuar pelo inconsciente do paciente (transferência) papéis e funções em relação à figuras significativas do passado infantil na relação terapeuta-paciente, em uma espécie de rolling play ou psicodrama velado.

O Conceito de Transferência e Contratransferência no Coaching ...Racker, por sua vez, do outro lado do Oceano Atlântico, igualmente provoca uma revolução paradigmática quanto ao conceito de contratransferência, ao classificar a contratransferência em direta e indireta, bem como ser a contratransferência um fenômeno de identificação do terapeuta com o que nele é projetado. Neste sentido, afirma Racker, pode-se subclassificar a identificação em duas: concordante e complementar. A concordante seria aquilo que comumente chamamos de "empatia", Já a complementar seria a contratransferência propriamente dita, no sentido de o terapeuta vivenciar subjetivamente em si o lhe é colocado (através da identificação) pelo conteúdo (objeto interno) da projeção inconsciente por parte do paciente. Como o espaço aqui não nos permite alongar, remetemos os interessados aos seguintes textos:

CONTRATRANSFERÊNCIA, UMA REVISÃO NA LITERATURA DO CONCEITO

CONTRATRANSFERÊNCIA: DAS PRIMEIRAS CONCEITUAÇÕES À CONTRATRANSFERÊNCIA FAMILIAR

A CONTRATRANSFERÊNCIA NA CLÍNICA PSICANALÍTICA CONTEMPORÂNEA 



LA CONTRATRANSFERENCIA” - Alternativas Psicoterapéuticas en Niños ...Enfim, hoje praticamente quase todos teóricos e psicoterapeutas que manejam com a contratransferência reconhecem ser ela um importante instrumento diagnóstico, no sentido que nos propicia informações da vida psíquica regressiva do paciente. Amplia-se, assim, a regra da atenção flutuante, ou seja, o terapeuta não apenas escuta o que lhe diz ou que lhe omite ou não diz o paciente, mas também suas reações psicológicas e emocionais que este pode estar provocando em si.
Contudo, é um campo a ser ainda mais explorado, e existem alguns importantes controvérsias, afinal será que a contratransferência é apenas uma criação do paciente (provocando uma resposta à mesma no terapeuta)? Considerando ser o terapeuta também um ser humano, falho, vulnerável, carente, incompleto, neurótico e igualmente detentor de vazio na alma e de conflitos internos não suficientemente superados, será que parte do que chamamos de contratransferência não inclui aspectos transferenciais do terapeuta? Decididamente a psicologia, mais precisamente a Psicologia Clínica e a Psicoterapia não são ciências exatas e completas. O mundo psíquico humano é muito mais complexo e vasto que pode supor nossa vã consciência e conhecimento até o momento. Quem quiser receita de bolo, fórmulas prontas, respostas definitivas, roteiros pré-estabelecidos, ou acha que em termos psíquicos 1 + 1 = 3, talvez esteja na hora de repensar outras profissões, não acham? 
Ou como se questionava Fernando Pessoa, em seu poema Tabacaria:

Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?

sexta-feira, 24 de abril de 2020

DIÁRIO DE AULA: ALIENAÇÃO PARENTAL

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Nem todos os divórcios são amigáveis e consensuais. Há os litigiosos e aqueles que deixam marcas como mágoas e ressentimentos. Uma mágoa conservada e guardada por muito tempo se transforma em rancor e ódio. E uma pessoa rancorosa e com ódio deseja se vingar do objeto de seus sentimentos negativos.
                Quando um pai ou uma mãe que é responsável pela guarda de seus filhos, devido a seus sentimentos raivosos com o outro genitor, utiliza dos filhos como instrumento de agressão e vingança frente a este, estamos no âmbito do fenômeno conhecido como ALIENAÇÃO PARENTAL. Os casos mais comuns estão relacionados a situações onde o progenitor detentor da guarda apega-se excessivamente à criança impedindo este de conviver com o outro progenitor. Tal genitor passa a desqualificar o outro, inclusive inventado inúmeras histórias inverídicas sobre o mesmo com vista a desacreditá-lo e desmoralizá-lo junto a criança.
                        Consciente ou inconscientemente o genitor alienante treina a criança para que rompa o laço afetivo com o outro genitor, criando assim danosos sentimentos de ansiedade e medo frente o genitor alienado. Isso é resultado de um subjacente ardor de vingança, tendo em vista o alienador não haver conseguido elaborar o luto da separação.
            Tal treinamento é na verdade uma espécie de “lavagem cerebral” na criança, pois acaba por provocar o implante de falsas memórias. Nesta luta do genitor guardião pelo afeto do filho em detrimento do genitor não-guardião se oculta agressões mentais ao psiquismo da criança. Progressivamente vai se destruindo a imagem que o filho faz do pai alienado.
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A alienação parental surge no cenário dos divórcios litigantes, quando aquele cujo filho(a) fica sob seus cuidados não consegue distinguir o fim da conjugalidade com a parentalidade. O alienador frequentemente é a mãe – mais pelo fato de que é comum elas ficarem com a guarda dos filhos pequenos – podendo ser também um avô, um tio ou um parente que tenha a guarda legal ou de fato.


Resultado de imagem para alienação parentalEm 1980 o psiquiatra infantil americano Richard Gardner criou o termo SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL (SAP). A SAP é, segundo Gardner, um transtorno que acomete a criança que paulatinamente doutrinada pelo genitor guardião em uma base contínua acaba por ter repulsa ao seu outro pai. Ele assim descreve a SAP: “um distúrbio que surge principalmente no contexto de disputas de custódia da criança. Sua manifestação primária é a campanha do filho para denedrir progenitor, uma campanha sem justificativa. A desordem resultada da combinação da doutrinação pelo progenitor alienante e da própria contribuição da criança para o aviltamento do progenitor alienado".

De acordo com Gardner a síndrome se caracteriza pela apresentação dos seguintes sintomas:
·         Campanha de difamação e ódio contra o pai-alvo;
·         Racionalizações fracas, absurdas ou frívolas para justificar esta depreciação e ódio;
·         Falta da ambivalência usual sobre o pai-alvo;
·         Afirmações fortes de que a decisão de rejeitar o pai é só dela (fenômeno "pensador independente");
·         Apoio ao pai favorecido no conflito;
·         Falta de culpa quanto ao tratamento dado ao genitor alienado;
·         Uso de situações e frases emprestadas do pai alienante; e
·         Difamação não apenas do pai, mas direcionada também para à família e aos amigos do mesmo
                    Temos, assim, três figuras: o genitor alienante, a criança alienada e o genitor alvo.
Resultado de imagem para alienação parental                O genitor alienante interfere nas visitações, ataca da relação afetiva do filho com o outro pai, denigre sua imagem e exclui este da vida da criança/adolescente. Já a criança alienada tende a manifestar sentimentos constantes de raiva e ódio contra o genitor alvo, inclusive se recusando a vê-lo. Cria-se nele crenças negativas sobre o genitor excluído.
               A criança alienada é uma vítima. Caso desenvolva SAP tende a apresentar depressão e ansiedade, baixa autoestima, utilizar algum tipo de droga como forma de aliviar a dor de seu conflito, bem como pode ter dificuldade em manter, como adulta, relacionamentos estáveis e duradouros.
                Sugere-se aqui, como leitura de base, o seguinte texto: 
http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1044.pdf
                Pode-se acessar a Lei 12318, de 26/08/2010 que rege sobre o tema:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12318.htm

                Também não deixem de ver o documentário brasileiro A MORTE INVENTADA, 





Joaquim Cesário de Mello