sexta-feira, 28 de junho de 2013

VALE A PENA VER DE NOVO


                O literalpédia em mais uma campanha em defesa do vocabulário popular, e em sua missão de preparar profissionais para lidar com o povão, traz um teste para avaliar o nível de conhecimento linguístico dos leitores do LiteralMENTE. Leiam e traduzam. Quem for mais fidedigno ganhará um lindo conjunto de sabonetes Vinólia Quatro estações. Boa sorte:

                Sebastiana se amarrou no trânsito da Caxangá que tava um maior rapapé e para não delongar mais desceu do busão e foi que nem um traque a pés pra FAFIRE na maior quentura. Lá chegando bateu com o quengo na pilaste e ficou meia pensa, mesmo assim foi pra aula de Joaquim. Chegou pisando manso, mas tropeçou num cadeira e foi o maior pipoco que até o pomba lesa da classe olhou com olhar abestado pra ela e fez muganga. Aí o professor olhou bem no caroço dos óio dela e disse; “oxe menina nestante falei de você, pois tava matutando que você ia faltar hoje. Pensei que tu tava em casa de leseira vendo Ana Maria Braga na tv”. De chofre Sebastiana respondeu: “é de lascar o cano, num fresque não professor, pois num tô de cavilação. É que venho de onde o vento faz a curva, lá no cafundé dos judas,  e por aquelas brenhas num passa taxi não e eu também tô na maior pindaíba, tô na lona. Tava a maior desgraceira no caminho da feira na Caxangá  e eu pensei ‘deu a bobônica’, desci do ônibus, capei o gato,  e vim nas carreira. Peguei uma pinguela, passei por uma biboca  e me piquei. Tô que nem uma inhaca. Cheguei aqui corrida e pimba dei a maior chupeletada na parede que chega tirou um cotôco do quengo que lanhou. Fiquei com uma gastura danada”. Joaquim, compreensivo,  então disse: “se apoquente não, nem se apurrinhe  minha fia, não vamos arengar. isso é de quem mora na baixa da égua,e tu tá cagada e cuspida quando eu era estudante e vivia dando chupeletada por aí. Sei o que é andar de ônibus no maior rugi-rugi. Isso é tiquim, pois o importante é a secura de estudar e você mostra isso pra danar. Eu não sou papel de rolar prego e nem bronqueiro,e num tô caçoando de ti e num vou dá nenhum tranco. Por isso arrudia, senta e faz boca de siri que ainda tem uma carrada de assunto pra dar e a gente vai inteirar a aula”.  E todos foram felizes para sempre...

(originariamente publicado em 16/10/2012)

3 comentários:

Cristiane Menezes disse...

Danousse! Coitada da criatura! Esta tem que se benzer! Não pode ficar perambulando por aí não! Ainda mais estando pobretona! Aleluia que acertou o caminho da facu e entrou sala adentro, mesmo com o galo à mostra! Garota de fibra, Sebastiana é arretada! E Que professor mais gaiato, ainda contribuiu contando das suas trapalhadas quando estudante. Depois desta eu estava era zonza, ainda mais para estudar Freud! Quanto ao sabonete Vinólia quem sabe né, já que sou alérgica, a Dove, Palmolive e Johnson & Johnson, posso vir a apreciar um dia as Quatros Estações!

Cristiane

Cristiane Menezes disse...

Esta história de revirar a cabeça, da pobre Sebastiana me lembrou, mais tarde, da coitada da Macabéa, a tanto faz, perdida, desolada personagem da Clarice Lispector. A que simplesmente “é”, só, mais nada. Lembrou-me também de um dia que lisa caminhava para facu, eu com 1.71m e de cabeça baixa, próximo a um cruzamento super movimentado, só me lembro de na hora ter olhado para os lados, meti a testa naquelas escadas que ficam no capuz dos carros da Celpe. Acho que ninguém viu o mico, apenas uma senhora que passava por perto, e eu desorientada, perguntei a ela se estava vermelho: Sim! Está! Com marca de escada! Era o fim! Veio a imagem dos ladrões do filme “Esqueceram de Mim” na minha cabeça. Tudo que desejava era um espelho. O que fazer? Voltar para casa ou continuar o longo caminho até a facu. Sei lá porque escolhi a segunda opção, afinal, não poderia perder a aula de Humanismo. No caminho encontrei um vendedor de água, comprei uma bem gelada, e continue a longa jornada, agora com a garrafa sobre a testa até chegar a Caótica e descobrir que a professora havia faltado neste dia! Nossa! Agora o que me restava eram algumas horas de dominó com os amigos, para depois enfrentar mais de dez quarteirões até em casa, num sol de matar, ao meio-dia! Por sorte coloquei uma ficha na máquina de refrigerante e ele não desceu, dei uma batidinha e apertei em todos os botões, caíram duas latas! Nada melhor para quem tatuou uma escada na testa!

Cristiane disse...

Kd meu kit de sabonete vinólia? Será que não fui fidedigna? Eu imagino que seja a única pessoa fora da área estudantil de psic! que comenta neste blog! Já o meu é aberto a todos. Visitem. Acessem. Apreciem. Comentem lá!
http://www.quadroseretratos.wordpress.com

Cristiane