terça-feira, 30 de outubro de 2012

LITERALPÉDIA


AURIS NESCIUS
OU
BEÓCIOS & PAPALVOS

Quer parecer sabido e erudito frente aos demais?,então lembre-se do dito popular que diz que em terra de cego que tem olho é rei. Como muitas vezes á fácil enganar a plebe não se precisa de olho, mas sim de um palavreado rocambolesco e pseudo-erudito. Assim vejamos como é chic e aparentemente profundo tal assertiva:

No drama da relação do eu com o ele o sujeito da mimese frente a um só parceiro de si mesmo é constituído pela antinomia do assexuado e do polissexuado. Dentro do caracterológico de onde se desenvolve a duplicidade especular tem-se a polifonia intersubjetiva entre a alegoria com que se reveste o adstrito e sua imagem invertida. O escutante recusa-se, assim, o seu lugar de demandado propondo em troca a interrogação aberturizante da demanda do Outro. Com isto adentra-se ao fundamental do fundamentado e aponta a não alienação ante o incoercível e envolvente tormento das palavras ante a falaz estabilidade medusiante da narrativa de uma linguagem que se constrói como só sua. E nesta carência de efeito metafórico provoca-se um furo na significação fálica e a verwerfung transmuta-se em uma foraclusão do significante. Por isto convém auscultar aquele que fala, quando se trata de uma mensagem que não provém do sujeito para-além da linguagem, mas de uma retórica visceral que representa e é acima de tudo uma fala para-além do sujeito discursivo”.
            Não entendeu? Nós muito menos. Todavia o Literalpédia buscará ajudar quem necessita do recurso palavroseante para se aparentar sábio, dando alguns termos que quando bem usados fará do seu discurso um sucesso. Vamos lá, portanto:

Dasein = o ser-aí ou o ser-no-mundo (Heidegger). Pronuncia-se: "de-se, ein?".

Eidética = Doutrina da essência geral, abstrata, das coisas; dos significados ideais; do "ser assim" em contraste ao "ser" simplesmente. O problema em usar tal termo é alguém entender como algo relacionado a AIDS.

Infinitesimal = extremamente pequeno (assim como a bagagem léxica e cultural de quem perde tempo ouvindo discurso impregnado de imposturas intelectuais)

Espectro animal = diversidade animal. Na nossa fauna e flora humana tem de tudo.

Neuroetologia: disciplina científica que faz uma aproximação evolutiva e comparativa ao estudo do comportamento animal e do seu controle pelo sistema nervoso. Normalmente quando dizemos que algo é científico a coisa fica com ar de mais séria.

Etológico: Etologia significa estudo do comportamento animal (não confundir com o estudo dos tolos).

Imprinting: aprendizagem que ocorre em uma determinada fase da vida (obs: o povão adora palavra em inglês).

Das ding: “Ainda que não seja representável, das Ding é aquilo em torno de que se constituirão todas as representações. É nessa irrepresentabilidade de das Ding, ou na morte da Coisa, que reside a possibilidade de representar, no sentido de tornar novamente presente algo que foi irremediavelmente perdido”. Entenderam? Então nos explique que nós não entendemos bulhufas.

Glossário = espécie de dicionário. Se fosse Cebolinha falando seria "uma coisa grossa".

Cerne da questão: expressão bonita, não? Use-a.

Hermenêutica: interpretação de texto. É necessário a hermenêutica da hermenêutica.

Imanência: inerente, perdurável, permanente, assim como a imbecilidade humana.

Antinomia: contradição entre dois princípios, como por exemplo os princípios do LiteralMENTE x Literalpédia.

Escopo: Não, não é um copo que deixou de ser copo. Significa propósito, objetivo.

Episteme: Não se trata de creme para pele, mas sim conhecimento baseado na observação experimental.

Prosopopéia: Figura de linguagem que atribui características humanas a outros seres ou coisas inanimadas, como o Bob Esponja acima.

Fenecer: é mais erudito do que simplesmente dizer “morrer”.

Prescrutar: procurar, revirar (cuidado apenas para ao falar a palavra não enrolar a língua, pois pega mal).

Anacrônico: antiquado. Lembre-se que antiquado vale muito, ao contrário de velho que num vale nada (os autores do Literalpédia, por exemplo, estão ficando cada vez mais antiquados).

Lagestätten: tem a ver com armazenamento, preservação ou algo que o valha. Dizem que a melhor forma de falar “lagestätten” é colocando um ovo cozido bem quente na boca e dizer “large o tatá”.

Niilismo: esta é batata: o pessoal num entende nada.

Platônico: é sempre chic dizer que alguma coisa é platônica, embora Platão nunca tenha sequer feito menção.

A priori, a posteriori: tem de usar, não importa se será a priori ou a posteriori.

Sustentabilidade do sujeito descentrado = expressão intraduzível, mas que soa bem ao falar soa, né?

Abissalpelágico: tem a ver com profundidade oceânica. Talvez dê pra usar pra falar da profundidade da alma. Vai ficar profundo.

Plactônico: termo advindo da ecologia. O que tem a ver com psicologia não sabemos, mas se dê pra falar fale. Pode ser que alguém entenda que se refere a Platão.

Logorréia: parece nome de doença venérea. Dependendo da plateia é melhor não usar.

Pré-socraticamente falando tudo que é sólido se desmancha no ar: expressão bombástica e impactante, Agora, o que Karl Marx tem a ver com os pré-socráticos é outra história.

Incólume: arrume uma brecha no discurso para por incólume e você sairá incólume da palestra.

“Anorexia do desejo”: colocamos no Google entre aspas e não apareceu nada.

Opilativo: que causa opilação.

Indelével = indestrutível.

Sub-reptício: tem nego que adora, porém se faz necessário deixar claro que nun tem nada a ver com cobra, lagartixa, calango,  minhoca e outros répteis.

Efêmero: fugaz (num sabe que é fugaz? Então vá ao dicionário. Depois aproveite e use fugaz em frases tipo: a efemeridade fugaz da vida).

Solilóquio: que significa exatamente o que um palestrante faz quando utiliza de tais palavras.

Inócuo: mesmo que seja uma palavra inofensiva, usar inócuo dá uma profundidade superficial interessante.

Supérfluo: desnecessário e dispensável alertar que não tem relação com pasta dental.

Nefando: abominável e execrável como um discurso que usa nefando.

Perscrutar: fica bem bonito usar em expressões como “perscrutar a alma humana”.

Loquaz: facundo, gárrulo, palrador, verboso (os sinônimos são até mais loquazes)

Sinecura: se o expectador for metido a erudito talvez traduza como: sem (sine) cura.

Tumissência: termo inventado pelo Literalpédia, ainda sem definição ou sinônimo. Aceitamos sugestões.

            E antes de encerrarmos nossa verborrágica erudição inútil. Não esqueçamos que utilizar latim dá charme e distinção a qualquer transcursão o altitudo! Que tal, pois: “Vóbis (vós) ne quiedem (sequer) animum adverto (notam) quae (que) sum (estão) stuitus (bobos). Solum (apenas) mentiri dicere quisquam (qualquer coisa) difficilis que docens se fieri (transformar) in sapiens. Quid inde (então), obliviscor (esqueçam) ea (o) quae (que) magister dixit (mestre falou).


         No final de uma palestra onde se vomitou tamanha "sabedoria" você pode dizer: "enganei o bobo na casca do ovo".

         Fui...


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

CESTA DE VERSO & PROSA


POESIA EM MOVIMENTO

Joaquim Cesário de Mello
 

Conheci Francisco (Chico) Espinhara no início dos anos 80 do século XX. Tive este privilégio, embora tão passageiro, de conviver um pouco com um poeta verdadeiramente poeta, não daqueles que somente fazem versos, mas daqueles que vivem diuturnamente poesia. Chico não era apenas um poeta. Chico era a própria poesia em pessoa.
 
Como um dos principais idealizadores do Movimento de Escritores Independentes (conjuntamente Cida Pedrosa, Eduardo Martins, Héctor Pellizi e outros), editou o jornal alternativo Lítero Pessimista. Quando por aqui viveu e militou teve intensa participação na cena literária local. Publicou e participou de vários livros, entre eles Vida Transparente e Bacantes, e produziu o CD Vários Poemas Vários. Sua existência intensa em nosso meio marcou toda uma geração, principalmente aquela que respirava a existência e transpirava literatura e que orbitava pela Livraria Livro 7, na Rua Sete de Setembro, seus arredores, vielas, becos, botecos e adjacências . Nós, transeuntes das noites e conviventes com a “dama bastarda”, como assim Chico chamava a poesia.
            Se reconhecendo um pessimista por convicção Chico – que era leitor de Augusto dos Anjos, Dostoievski, Kafka, Edgar Allan Poe, Nietzsche, entre outros de igual quilate – sempre se orgulhou de ser uma espécie de soldado e guerreiro a serviço de uma causa: a boa literatura. Vale a pena ver sua entrevista reeditada em 18/05/2010 no blog VersuDiversus coordenado por Cecília Villanova onde Chico fala por Chico, sem nenhuma reticências.
            Falecido em 2007, aos 47 anos, Chico Espinhara deixou-nos um rico legado que transcende aos seus textos. O que dele herdamos é esta agradável lembrança de um homem que viveu até seus últimos instantes coerente com suas ideias e que fez de sua vida vivida um inesquecível poetizar pulsante e perambulante. Não, Chico Espinhara não fora um “poeta marginal”, pois marginais são aqueles que vivem à margem da vida e Chico existiu no centro da vida, seja lá o que isso for.
            Para mim apenas sei que Chico Espinhara foi o Charles Bukowski da minha juventude.
            Pude me despedir dele semanas antes de sua morte, conversando poesia e literatura como sempre fizemos, isto é, no verdadeiro underground recifense que são os bares da Rua do Riachuelo, tomando cerveja e queijo coalho assado. O Chico daquele dia era exatamente igualzinho ao Chico dos anos 80.
            É, Chico, você não vai ao meu enterro e talvez por isso num fui ao seu. Afinal, de verdade e de fato, em mim você não morreu.
* * * * *
EPITÁFIO N° 529

Não vou a enterros.
Que o morto
Se guarde no que é seu.
Se incorro em erro,
Perdoem-me: irei ao meu.

 

                                               FANTOCHES

                            
Os fantoches da rua Sete
                                       Seguem cegos na procissão.
                                       A puta diurna da Palma
                                       Traz uma venérea na alma
                                       E uma cova diária na mão.
                                       Da Ponte Velha a secular ferrugem
                                       Reticente ao trajeto branco da nuvem
                                       Come o estrado, o arco, o vergão.
                                       Os poetas esquecidos no beco
                                       Transam sangue a trago seco
                                       Dormem como trapos sobre chão.
                                       Recife, musa, maldição
                                       Cadela suja, traiçoeira
                                       Seta certeira
                                       Encantada cidade do cão.
 
Francisco Espinhara

domingo, 21 de outubro de 2012

TANTOS AMIGOS, POUCAS AMIZADES.




                Em tempos de facebook uma das palavras mais usadas e gastas é amizade. Todo mundo lá é amigo. Dezenas, centenas, milhares de amigos. Amigo hoje virou artigo de consumo quantitativo, ou seja, mede-se quem é mais querido e mais amado pelo número de amigos disposto em uma página de entrada em um site de relacionamento atualmente em moda. Lá as pessoas se chamam mutuamente de “amiga” ou “amigo” com uma facilidade e velocidade megabitianas. Realmente (ou seria virtualmente?) se vive cada vez mais o oposto do que um dia expressou o poeta Carlos Drummond de Andrade para quem “a amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas pessoas”.


                Mas não fiquemos em queixumes do tipo hoje é assim e ontem era assado, como se o canto do pássaro na gaiola de agora não fosse melhor do que o do pássaro na gaiola de outrora. Tolice. Toda uma geração anterior – quando não havia celular nem internet – cantou ou se embalou pela voz de Roberto Carlos que cantava “eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar”. Enfim, quem não gostaria de ter um milhão de amigos ou até mais? A questão talvez não seja esta (quantitativa), mas outra (qualitativa), afinal é necessário primeiro saber o que quer dizer amigo quando digo, escrevo ou penso em amigo. Amigo é uma palavra, um conceito, um sentimento, um desejo, uma premência, uma ilusão, um ideal, uma realidade, um sonho, uma simulação, ou o que? O que significa amizade?
                Como termo, amigo origina-se do latim amicus que por sua vez derivou-se amore. Há quem diga que a origem etimológica da palavra amizade não pode ser determinada com precisão. Cícero (filósofo e orador romano), por sua vez, escreveu De Amicitia, obra em discorre não em responder o que é amizade, mas como se vive a amizade. Já Aristóteles, em Ética a Nicômaco, expõe a sua visão da amizade como uma virtude essencial à vida. Para este fundamental pensador ocidental são três as espécies de amizade, a saber: 1) a amizade pelo prazer, 2) a amizade útil e 3) a amizade perfeita. Se formos ao período medieval vamos encontrar a ideia de amizade associada à coragem e à lealdade. Enfim, seja como for, ao longo da história do homem o mesmo deu importância ao tema e o cultivou.
                O que estamos querendo destacar é que o conceito de amizade e o que se deseja de um amigo sofre variações ao longo do tempo, bem como de sociedade e de cultura. Para os antropólogos a amizade parece derivar de uma necessidade de sobrevivência, isto é, a necessidade de proteger e de ser protegido. Todavia alguns aspectos ou critérios se fazem relevantes, tais como confiança, reciprocidade, cooperação, cumplicidade e familiaridade. Seja como for, a amizade é uma relação afetiva (um laço) entre duas pessoas.
                E de que espécie ou tipo de amizade estamos falando quando falamos do facebook? Lembremos que o facebook da vida só é o sucesso que é graças ao background sociocultural contemporâneo onde o que conta é ser visto, onde o cartesiano “penso, logo existo” parece haver sido substituído por “sou visto, logo existo”.  Ou como bem escreve o sociólogo Zygmunt Bauman: “O que o Facebook, o Myspace e similares ofereciam foi recebido alegremente como o melhor dos mundos. Pelo menos foi o que pareceu àqueles que ansiavam desesperadamente por companhia humana, mas se sentiam pouco à vontade, sem jeito e infelizes quando cercados de gente”, afinal prossegue Bauman “é possível fazer “contato” com outras pessoas sem necessariamente iniciar uma conversa perigosa e indesejável. O “contato” pode ser desfeito ao primeiro sinal de que o diálogo se encaminha na direção indesejada”.
                A amizade retira o homem de sua solidão, pois é próprio da natureza humana recusar o isolamento. Nascemos sendo apoiados por alguém (função materna) e continuamos vida afora com a inescapável necessidade de colo. Nada é mais doce – como já dizia Cícero – que o coração de um terno amigo. Não basta encontrarmos alguém que chamemos de amigo, é preciso igualmente que ele nos chame de amigo. Em outras palavras amar uma pessoa e ser por esta amada.
                Os gregos, ah sempre os gregos!, utilizavam de várias palavras para falar de amor, desde eros até philia. Philia é o amor virtuoso e desapaixonado, que inclui altruísmo, dedicação e generosidade. Até um deus eles tinham para a amizade, Storge. O amor storge é o amor do compartilhamento, da confiança mútua, do entrosamento, da integração e dos sonhos compartilhados. Ou se preferirmos a voz de um poeta sobre o assunto, diremos que “a amizade é um amor que nunca morre” (Mário Quintana).
                Das três áreas afetivas importantes do ser humano - família, relacionamento sexual-afetivo e amizade – as duas primeiras são, de longe, as mais pesquisadas e estudadas. Os aspectos psicológicos da amizade carecem, pois, de investigação mais acurada. Embora seja menor a literatura específica sobre o tema, a partir de meados dos anos 80 do Século XX, a amizade começou a ser tema de maior reflexão e foco de indagação teórico-acadêmica. Mas ainda é proporcionalmente escasso na literatura das ciências sociais e psicológicas o tema como figura e não como fundo. Frequentemente a amizade é vista ou descrita como uma relação afetiva e voluntária, que envolve práticas de sociabilidade, trocas íntimas e ajuda mútua, e necessita de algum grau de equivalência ou igualdade entre os sujeitos amigos.
                Há o discurso da amizade e há a prática da amizade. Como uma relação humana íntima que é a amizade esta é colorida não somente pelos sentimentos, mas também pelas emoções. Evitando idealizar a amizade, consideremos que ela é passível de ambiguidades e de momentos até de mágoas e ressentimentos. Cabe a maturidade das pessoas envolvidas e suas tolerâncias a frustrações o exercício e a capacidade de compreender, perdoar e superar. Praticar amizade assemelha-se a um cuidar de jardim. Por isso que muitas amizades da adolescência (período das paixões e das intensidades) não sobrevivem à própria adolescência. Laços mais consistentes e duradouros requerem uma certa adulteza entre as partes. Erik Erikson, por exemplo, diz que é a partir de aproximadamente 20 anos em diante que o ser humano, psicossocialmente falando, acha-se em condições maturais necessárias ao estabelecimento de verdadeiras relações íntimas (amor e amizades), sem o idioma idealizante da infância e adolescência.
                Não há regras nem dicas de como preservar e perpetuar uma amizade. Cada pessoa a seu modo e maneira, carência e desejo, é que encontra seu melhor espaço de convivência e manejo. Claro que alguns pré-requisitos parecem inerentes, tais como não ser invasivo nem cobrador de atenção, o respeito mútuo (embora possa haver divergência de opiniões) e a aceitação das limitações tanto do amigo em questão quanto da própria relação em si. Fazer novos e renováveis amigos até que é fácil; difícil é conservá-los ao longo das intempéries da vida. A manutenção de uma autêntica amizade a ser desfrutada por anos e décadas é algo mais raro, bem mais raro, do que as amizades ocasionais ou casuais. Encher a boca e dizer que fulano ou sicrano é amigo não significa que de fato seja. Amizade não é somente agradabilidade, simpatia e compartilhamento de gostos e valores. Claro que isso tem sua importância, mas amizade, amizade mesmo, é cultivo. Tal cultivo, por sua vez, exige tempo, disposição e disponibilidade. Amigos festivos vêm e se vão no acabar das festas. Aqueles que ficam quando as coisas não estão para sorrisos de facebook, aquele que não desaparecem nos momentos ruins e que estão lá presentes como sempre estiveram, estes sim são os que devemos chamar de amigo.


                Segundo um antigo provérbio chinês “na seca conhecem-se as boas fontes, e na adversidade, os bons amigos”. Não, não se iluda caro leitor ou leitora, em uma sociedade ideologicamente de consumo amizades viraram abundância e descartabilidade. Remetendo-me a um post (Um Mundo Desatento, em 24/06) do amigo Marcos Creder e comparando um amigo a um bom e denso livro é necessário o prazer e os esforços de usufrui-lo e de se fazer usufruir lentamente e sem pressa. Amigos não são abas abertas em uma tela de computador e o excesso e a intensidade de conectividade social nos engana de saborosas relações pseudo-amigas, como um delicioso hambúrguer no McDonald’s servido com Coca-Cola.
                Entre uma cutucada e outra, entre um dedinho de curtição ou outro, vamo-nos empanturrando de amigos falsobookeanos. Aos meus cerca de 300 amigos que arrecadei em um mísero mês de rede social dedico este despretensioso texto, se é que a maioria deles conseguiu chegar até o final do mesmo.
                Até o próximo post, amiga(o)...
Joaquim Cesário de Mello

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

CESTA DE VERSO & PROSA

DECIFRA-ME OU TE DEVORO



As fotos acima foram encaminhadas por uma leitora do blog que, no acanhamento da artista, pediu anonimato. Embora não seja política do LiteralMENTE publicação de trabalhos sem a devida revelação de seu autor, compreendemos que se deve sempre estimular o talento e a arte, mesmo que para alguns, no início, seja necessário se esconder por detrás de passageiras inibições.

Mesmo assim, e com as devidas ressalvas, nós do LiteralMente, inspirados nas fotos apresentadas, contribuimos com o seguinte poema, embora sempre se diga que uma imagem vale mais do mil palavras:

O ENIGMA DA ESFINGE

Por que escondes teu rosto
se insinuas as curvas?
Que temes menina
se o teu corpo é todo
feito de mulher?
Sonegas o ohar
de quem te olha
somente para sorrires
com lábios de retraimento?
Ou será que és
construída apenas de mistérios?
Só sei
que em tua moldura incompleta
te revelas sutil e sIncera
no sedutor róseo da tua pele.
Tua alma é um anjo fêmeo
que se perdeu do céu
enquanto teu corpo amadurece
de carne e poesia
no aguardo do decifrar de teus
mais íntimos e infinitos segredos.
LiteralMente

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

CESTA DE VERSO & PROSA


Encontro

É madrugada, quase todos dormem...                                  

A inquietude do meu ser não permite que eu adormeça.

Pensar, pensar, pensar...
Falar sozinha... 
Sonhar acordada!
Expressar sem timidez, ou qualquer medo, meu íntimo.
Ver a mim mesma!
Escrever possibilita preencher algumas lacunas do meu vazio existencial, no entanto, desejo outros "recheios" para me preencher.
Amar é o "recheio" desejado

Mas, amar o que tenho: Eu tenho a mim!!!
Reconstruo-me a cada minuto da noite em claro...
E com o renascer de um novo dia, renasce partes da nova mulher que se procura e procura esse amor em cada letra escrita.
O tempo, nesse cenário, é o senhor do bem e do mal, onde me perco e me encontro em cada ciclo vivenciado.
Eis que finalmente há o reencontro!!! Marcado, esperado, desejado...
No tempo certo! Quando tinha que vir!
Eu estava lá, diante de mim mesma! EU me vi.
Reencontro cheio de esperança, reconhecimento e, também, de confusão de sentimentos, buscando o sentido de tudo...
Então, tomei a minha vida pela mão e seguimos.

Janaína Ramos (psicóloga/Natal-RN) 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

VARIAÇÕES EM TORNO DE UM MESMO TEMA



Tirando a roupa da família nuclear: papéis e funções intrafamiliares

Ao ler o que é a família, afinal? Osório nos dá uma explicação bem simples do que seria um papel familiar, chegando a igualá-lo a função como mesmo intuito, neste caso apenas representando uma etiqueta demarcatória utilizada por demais autores, porém, o sentido de desnudar ou retirar-lhe as roupas, expõe muito mais que simples papéis ou funções, pois de certo ao menos poderia nos remeter a algo que chocasse ou que mesmo não tivesse pudores, no caso aqui não na moral, mas sim no que é exposto de forma clara sem mistérios.
É notável ao falar de família, que papeis e funções de uma família tradicional ou no tocante da família nuclear (Pai, Mãe, Filhos) mesmo no senso comum ficaria fácil identificá-los mesmo em pormenores detalhamentos, e muito ainda seria o que se tem como ideal de família, onde esses elementos ficam bem definidos e representados em sua contribuição social necessária a perpetuação da humanidade.
Desta forma o choque seria em dizer que essa família que provém os cuidados básicos dentre outras atividades, pode em seu processo variar ou mesmo confundir esses papéis, onde se prender a antigos paradigmas nos faria perder tempo em apenas rotulá-los, desta forma, devendo-nos ater aos resultados gerados destas novas configurações familiares para melhor entendê-las.
Com a coexistência de muitas configurações e modos de funcionamento familiar, em nossos dias, e mesmo que destas formações atuais possam em muito se afastar do modelo clássico, não cabe a psicologia dizer qual o modo ou modelo ideal de funcionamento, e sim verificar os fenômenos que advém destas para uma melhor atuação em quaisquer problemas oriundos destas pessoas.
Ao expor essa família, podemos ver inversões de papéis, onde o homem fica em casa cuidando dos rebentos enquanto a mulher se lança profissionalmente, deste modo, provendo a família nas questões financeiras, enquanto podemos ver também, um número crescente de mães solteiras que provêem a casa e ainda promovem o cuidado da prole, entre outras configurações possíveis.
Importante resaltar que a função psicossocial da família segundo Osório, nutre não apenas o corpo, mas a psique, pois sem o afeto parental “o ser humano não desabrocha” Osório, onde ele fala também da pesquisa de Splitz e sua contribuição para a psicologia.
Por fim, é de se esperar que a família seja o local ideal para a primeira educação, segurança e socialização da criança, é nela que nos constituímos como seres individuais, com personalidades e desejos próprios, e nela nos reconhecemos como parte de um grupo, deste modo revelando nossa identidade nestas relações primeiras, e será a referência de como operar no mundo. Vendo assim, é muito importante que possamos acompanhar seus engenhos e revoluções em prol de melhores interações possíveis.
(Luciano Frota*)


                      *   *   *
Família é, do ponto de vista prático, facilmente identificável por qualquer indivíduo ao qual seja solicitada uma experiência à respeito. Do ponto de vista teórico-metodológico, porém, família parece ser um dos mais difíceis conceitos a serem desenvolvidos. Primeiramente, porque família não se trata de um conceito único, variando desde a ciência que queira tomar certa propriedade desse conjunto até a cultura da qual desejamos extrair informações a respeito de família. Secundariamente, porque a experiência individual da qual seria qualitativamente necessária para que pudéssemos reunir informações afim de criar um conceito seria tão diversa, que provavelmente nos perderíamos nos primeiros relatos.
Do ponto de vista funcional, podemos, no entanto, especificar alguma das funções ideais que a família deve desenvolver, afim de encaixar-se no conceito virtual e pouco lapidado atual. Família deve ser sempre um refúgio seguro, deve promover subjetivação e individuação de seus componentes, deve prover sustentação e nutrição, ter sucesso no interdito, afim de incutir nos sujeitos as regras e normas sociais, educar e facilitar o desenvolvimento criativo e oferecer o sentimento de pertença aos sujeitos.
Se pensarmos por alguns instantes na nossa própria experiência com a família, porém, veremos que alguns, ou muitos, a depender, dessas tarefas não foram cumpridas, não estão sendo cumpridas, não serão cumpridas no futuro, e potencialmente, nem sabíamos que seria função da família, do contrário, não estaríamos diariamente delegando tais funções para outras instituições das quais os nossos membros familiares fazem parte, a exemplo, a escola, a igreja, etc.
Tirar a roupa dessa família teórica talvez não se faça nem necessário, visto que essa roupa, nos dias atuais, não corresponde a mais que poucos retalhos, através dos quais podemos ver facilmente a verdadeira face da família em nossa realidade social. As funções familiares mudaram, os papéis familiares mudaram, as configurações familiares mudaram, e especialmente, a sociedade e a cultura mudaram, não deixando espaço para que a família, enquanto elemento fundamental da constituição social, permanecesse a mesma.
A falar de funções familiares, a família nuclear não daria conta, atualmente, das inúmeras variações nas configurações familiares. Família enquanto papai, mamãe e filhinho, sem desmerecer ou subjugar a dívida ancestral, corresponde à uma parcela tão pequena das conjunções atuais que faz-se necessário modificar o prisma sob o qual olharemos as funções da família, afim de que as famílias que não correspondem a esse modelo clássico sejam potencialmente funcionais.
Tanto função paterna, de interditar, de proteger, de prover sustento, quanto a função materna, de nutrir, acolher, ser continente, precisam ser desenvolvidas independente do gênero dos membros que exercerão sua função, a exemplo das famílias homoparentais e monoparentais, tanto as famílias nos quais a configuração não correspondem exatamente a esse modelo triangular, onde um irmão ou irmã pode desenvolver as funções materno/paterna, obtendo sucesso na promoção do desenvolvimento de indivíduos saudáveis.
Quanto aos papéis familiares, esses são ainda mais confusos, pois destes a concretude cotidiana não consegue dar conta. O homem deve ser pai e esposo, enquanto ainda é filho e irmão, remetendo-se a sua família de origem, a criança deve ser filho, irmão e neto, e por assim vai, abrindo-se uma gama tão infinita de possibilidades combinatórias que montaria a maior de todas as árvores genealógicas de papéis.
Enquanto isso, ainda podemos abrir a discussão de como os papéis são vistos, teoricamente falando, e de como eles são desenvolvidos nas famílias da vida real. A exemplo, a fidelidade, que seria parte do papel de esposo a ser desenvolvido pelo homem, e que no entanto, não abarca a variada gama condições intrafamiliares, de modo que, cada família se ajusta a funcionar de maneira absolutamente particular. Os irmãos por sua vez, são vistos enquanto símbolo de união e perfeita harmonia, deixando de lado o seu caráter mais verdadeiro, o que corresponde à mais verdadeira natureza pulsional do ser humano, a agressividade, a rivalidade, digladiando-se numa luta eterna pelo amor materno.
Agora, ao tirarmos a roupa da família, seja ela nuclear ou não, o que encontraremos por baixo será nada menos que milhões de pequenos retalhos costurados por uma linha tênue, que corresponde ao caráter ontológico da humanidade, sendo essa a única maneira possível de desenvolver algo que se assemelhe a um conceito, e que chegue perto de dar conta da enorme variedade de conjuntos.
A única maneira de pôr uma roupa na família atual seria, primeiramente, esquecer o singular e focar-se no plural, começar acostumando-se com a não existência da família, e sim com a existência de famílias, e ainda assim, com a existência de famílias que se distanciam por milhões de quilômetros da família apresentada na teoria, mas que ainda assim consegue existir, funcionar e produzir sujeitos diariamente.
(Jorge Luiz*)
                    *  *  *

Família é considerada um tema bastante abordado hoje em dia, superficialmente, qualquer pessoa é capaz de definir o que é uma família. No entanto, se sairmos do senso comum fica complicado explicar algo tão subjetivo. Digo subjetivo, na medida em que cada sujeito pertence a uma família e através de sua experiência tem uma idéia formada do que seja uma família. Além disso, muitos fatores influenciam diretamente numa possível definição de família, são eles: A cultura, a religião, a economia, os valores morais, entre outros.
Osório descreve a família da seguinte maneira:

“Família é uma unidade grupal onde se desenvolvem três tipos de relações pessoais – aliança (casal), Filiação (pais e filhos) e consangüinidade (irmãos) – e que a partir dos objetivos genéricos de preservar a espécie, nutrir e proteger a descendência e fornecer-lhe condições para a aquisição de suas identidades pessoais, desenvolveu através dos tempos funções diversificadas de transmissão de valores éticos, estéticos, religiosos e culturais”.

Há vários tipos de família, a nuclear, a extensa, a composta, a natural e a ampliada. Nesse texto abordaremos os papeis e funções intrafamiliares tendo como base a família nuclear.
Não existe família sem filhos, para ser uma família é necessário que haja uma criança, sem filhos seria um casal e não uma família. Partindo desta afirmação, a família nuclear é composta pela mãe – pai – filhos e tem como base o casamento que por sua vez tem como finalidade a procriação, sendo assim a família nuclear começa sua trajetória no casamento e termina com a morte do ultimo cônjuge.
Se tratando de papeis familiares, eles nem sem sempre são exercidos pela mesma pessoa que convencionalmente designamos. Por exemplo, uma babá pode exercer o papel de cuidado de uma criança no lugar da sua mãe.
O papel conjugal é um homem e uma mulher que decidem compartilhar da vinda juntos, pressupõe a interdependência o preenchimento de desejo e necessidades de cada um.
O papel parental abarca o papel materno e paterno. O materno é designado a proteção, nutrição, deposito de angustias da prole. O recém nascido é totalmente dependente de um cuidador, diferente de outras espécies de animais, ele não sobreviveria sozinho. Já o papel paterno é responsável pela desembiotização, ele instaura a lei. Vale ressaltar que o pai só entra na relação com a autorização da mãe.
O papel fraterno oscila entre dois comportamentos, a rivalidade e a solidariedade. Ele não apenas se reproduz no contexto familiar, como também numa relação de amigos, sócios, etc.
O papel filial tem como base a dependência, os recém nascidos dependem de cuidados para sobreviver.
As funções familiares são três: Função biológica, psicológicas e sociais.
A função biológica é responsável por garantir a sobrevivência dos indivíduos através dos cuidados aos recém nascidos. A psicológica é atribuir afetos, ser depositário das ansiedades dos indivíduos ao logo do seu desenvolvimento, proporcionar o ambiente adequado para as relações interpessoais. E a social é transmitir a cultura, valores, e também é responsável pela socialização da criança.
Por fim, gostaria de salientar que a família é de extrema importância na vida de qualquer individuo, pois, é o primeiro ambiente no qual se insere o sujeito e é através dela que este constrói sua personalidade.
(Ana Melo*)
(*) todos são alunos de Psicologia da FAFIRE, sétimo período.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

LITERALPÉDIA


SABEDORIA POPULAR
COMER COM OS OLHOS:  expressão que vem da Antiguidade quando se ofertavam aos deuses alimentos que não podiam ser comidos. Daí o sentido de apreciar sem tocar.

ENGOLIR SAPO: tem sua origem em leitura bíblica, ou seja, quando na época de Moisés o Egito sofreu suas sete pragas, uma delas era a invasão de sapos e rãs que infernizavam todo mundo. Por isto “engolir sapo” nos remete a ideia de ter que suportar coisas ruins e desagradáveis.

A VACA FOI PRO BREJO : significa que alguma coisa deu errado. A expressão tem a ver com a seca quando os animais buscam água nos brejos. Pois é, vai-se buscar água nos brejos quando a situação tá ruim.

COM A PULGA ATRÁS DA ORELHA: quando não havia inseticida a pulga incomodava muito os humanos. Imagina dormir com uma pulga de coçando por detrás da orelha. Hoje ao dizer que se está com a pulga atrás da orelha está se dizendo que alguma coisa incomoda e por isto se está desconfiado ou preocupado.

AFOGAR O GANSO: Dizem que os chineses transavam com os gansos e na “hora h” empurravam a cabeça da ave na água, pois isto gerava espasmos e aumentava a exitação. Deriva deste antigo hábito, portanto, o significado sexual do termo que está relacionado com a penetração. Se a origem fosse nordestina seria: afogar a cabra ou a jumenta.

FICAR POR CIMA DA CARNE SECA: Representa que a pessoa está bem de vida. Antigamente as bodegas vendiam carne seca em cima do balcão, Como pro povão o dono da mercearia ganhava muito, ele estava então, “por cima da carne seca”.

SEGURO MORREU DE VELHO: esta expressão é derivada e reduzida de uma outra que dizia: “o homem seguro morreu de velho”, ou seja, o cara era tão prevenido que só morreu mesmo foi de velhice.

FICAR A VER NAVIOS: Dom Sebastião, rei de Portugal, morreu em meados de 1578 em uma batalha, mas seu corpo jamais foi encontrado. Houve crise à época e o povo português vivia na esperança do retorno do rei, mas ficaram só a ver navios. Ou seja, quem fica a ver navios é aquele que não alcança o que pretende. Quantas vezes já não vimos na vida uma mulher, porém ficamos somente a ver navios.

MOLHAR O BISCOITO: semelhante a afogar o ganso. Talvez porque molhar o biscoito no leite seja gostoso.

LAVAR A BURRA: dizem que no período escravocrata brasileiro os escravos que trabalhavam no garimpo escondiam  no feofó das burras pepitas de ouro com o objetivo de no futuro comprarem suas cartas de alforrias. À noite, quando iam lavar as burras, metiam a mão lá dentro e tiravam o ouro. Por isto a expressão representa tirar lucro ou proveito de algo.

DEIXAR AS BARBAS DE MOLHO: Há muito tempo atrás ter barba significava virilidade e poder. Cortá-las jamais. Antigamente o provérbio todo era: “se tu vires a barba do teu vizinho pegando fogo, então colocas a tua de molho”.  A ideia aí embutida, portanto, se traduz em ficar prevenido e ter cautela.

ONDE O DIABO PERDEU AS BOTAS:  quer dizer lugar muito distante. A origem, dizem, era “onde Judas perdeu as botas”. Embora Judas nunca tenha usado botas, a ideia traz o simbolismo de quem se suicida está fadado a errar sem destino por toda a eternidade (daí as botas pra ajudar na caminhada infinita).

MARIA VAI COM AS OUTRAS: mais um exemplo de um dito que se foi modificando ao longo do tempo. Quem estudou História do Brasil com afinco lembra que a mãe de Dom João VI, Dona Maria I, enlouqueceu e passou a viver recolhida, saindo de vez em quando pelas ruas a passear. Como era doida ela ia acompanhada de várias damas de companhia. EE o povo dizia: “lá vai Dona Maria com as outras”. Pois é, quem é de seguir a boiada não é de pensar não, abrindo a mão de sua própria autonomia e sendo facilmente influenciado pelas opiniões alheias.

O GATO COMEU A LÍNGUA: reza a crendice que um certo rei, que tinha um gato de estimação, mandou cortar a língua de um prisioneiro desaforado e deu ela pro bichano. Outra versão fala que os antigos assírios tinham a tradição de cortas as línguas de seus inimigos e dá-las aos gatos. Seja lá como for, está claro que “o gato comeu a língua” significa ficar calado, afinal ficando calado você nem incomoda o rei e nem desafia e provoca os assírios.

E para terminar nossa aulinha de hoje, nada como nos despedir a altura:

Se você NÃO ENTENDEU PATATIVA não adianta  DOURAR A PÍLULA pra depois se encontrar com os amigos e CHEGAR DE MÃO ABANANDO, afinal é preciso deixar de  ANDAR FEITO BARATA TONTA e pra isto deve-se ARREGAÇAR AS MANGAS, ir TIRANDO O CAVALINHO DA CHUVA e POR MÃOS Á OBRA e estudar mais, afinal ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA TANTO BATE ATÉ QUE FURA. Por isto é melhor logo BOTAR OS PONTOS NOS IS e POR AS CARTAS NA MESA: somente com o Literalpédia você deixa de SENTIR DOR DE COTOVELO  e de COMPRAR GATO POR LEBRE e fica ARMADO ATÉ OS DENTES pra lidar com o que der e vier. Pois é, não fique DORMINDO NO PONTO, DÊ O BRAÇO A TORCER e passe a TIRAR A BARRIGA DA MISÉRIA, nós do Literalpédia vamos QUEBRAR O SEU GALHO para que você possa curtir SOMBRA E ÁGUA FRESCA e nunca mais SAIR COM O RABO ENTRE AS PERNAS. Carece de agradecer não, você acaba de FAZER UM NEGÓCIO DA CHINA.