sábado, 30 de maio de 2020

DIÁRIO DE AULA - FAMÍLIA: ESTILOS PARENTAIS


PARENTALIDADE: EDUCAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO DOS FILHOS


    Qual a melhor forma de educar os filhos? Esta pergunta é antiga e muito já se tem escrito sobre isto. Em meados dos anos 1960 Diana Baumrind (psicóloga e pesquisadora americana nascida em 1927 e que dedicou sua vida ao estudo da temática ora em pauta) desenvolveu o modelo teórico sobre os tipos de controle parental. Seu iniciante trabalho foi um marco no campo de estudo sobre a educação pais e filhos, e inspirou inúmeros trabalhos sobre estilos parentais. Baumrind propõe três tipos de controle (estilo) parental, a saber: autoritativo, autoritário e permissivo. Os efeitos de tais estilos parentais sobre a educação das crianças - suas pesquisas mostraram - resultam em diferentes graus de competência social (maior assertividade, maior maturidade, auto-regulação, independência, autonomia, conduta empreendedora e responsabilidade social).
     Pais autoritativos incentivam o diálogo com seus filhos, direcionam as atividades das crianças de maneira orientada e racional, colocando sua visão de adulto sem com isto restringir a criança. Já os pais autoritários estimam a obediência cega como virtude, modelando e controlando rígida e punitivamente a criança. Os pais permissivos, por sua vez, são aqueles pais que se comportam de maneira não-punitiva e receptivos aos desejos e ações das crianças sem se colocarem como modelo e agente responsável em direcionar o comportamento infantil.
                O estilo parental permissivo é desmembrado em dois: o indulgente e o negligente. O indulgente é caracterizado pelo estilo carinhoso, porém não exigente em relação aos deveres e normas. Já o negligente é aquele pai que não se envolve no exercício das funções parentais (desresponsabilização) e mantém apenas o atendimento das mínimas necessidades básicas.
                Pelo acima exposto, com base nas duas dimensões da parentalidade (responsividade e exigência), pode-se observar que pais autoritários são exigentes, mas não responsivos; enquanto que os pais permissivos indulgentes são bastante responsivos, porém não exigentes; bem como os permissivos negligentes nem são responsivos nem exigentes. Os pais autoritativos, contudo, são exigentes e responsivos, há uma reciprocidade, os filhos devem responder às exigências dos pais, mas estes também aceitam a responsabilidade de responderem, o quanto possível, aos pontos de vista e razoáveis exigências dos filhos.
                Pesquisas reforçam o acima exposto, tais como as de Lambord e colaborados, que em 1991 pesquisaram 4000 jovens adolescentes, com o seguinte resultado: adolescentes que perceberam seus pais como autoritativos mostraram mais aspectos positivos de desenvolvimento (alto índice de competência psicológica e baixo índice de disfunção comportamental e psicológica), enquanto os que perceberam seus pais como negligentes mostraram aspectos negativos. Já os adolescentes que viram seus pais como autoritários ou como indulgentes apresentaram características tanto positivas quanto negativas, sendo os negativos, entre outros, retração social, depressão e ansiedade, com pouca habilidade do traquejo e manejo social,

Imagem relacionada                Trabalhos e pesquisas outras também apontam que filhos de pais autoritativos apresentam melhor desempenho escolar, maior autoestima e autoconfiança, e instrumentalmente mais socialmente competentes.  Quem aqui se interessar por conhecer algumas dessas pesquisas, sugiro acessar os seguintes links: http://www.scielo.br/pdf/prc/v17n3/a05v17n3.pdf


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