domingo, 22 de maio de 2016

POEMA DE AMOR AO CONTRÁRIO





Não quero te ver envelhecer ao meu lado
não te escolhi pra te perder
prefiro a permanência do breve instante
que a longevidade prometida das minhas ausências

Não quero que me vejas envelhecer ao teu lado
nem que chores em meu túmulo molhado
fiquemos juntos pois neste retrato
e que o hoje seja sempre sem nenhum amanhã

De que adianta filhos e casa
se tudo ao futuro deixaremos
que nos agarremos pois um ao outro no presente
este imenso inchaço infértil de tantas transitoriedades

Não te quero nem me quero
em lembranças e memórias
desejo-te agora como és e sempre serás
plena suave e morna assim
como assim é toda e qualquer eternidade.

Joaquim Cesário de Mello

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo demasiado...