sábado, 28 de abril de 2012

"A LEITURA É UMA AMIZADE (Proust)




Após ler o livro  do amigo e escritor Paulo Gustavo, "A Tartaruga e a Borboleta: um caminho para Proust" - um livro que recomendo  e que  me iniciou na leitura do escritor francês - fiz os seguintes comentários :
  Eis que me chega as minhas mão o seu livro e quando folheio e leio, de início, aleatoriamente páginas avulsas, observo uma frase que nomeei como cartão de visita do seu texto: “a leitura é uma amizade”.  Essa frase de Proust posso dizer que foi o leitmotiv de sua narrativa. Você escreveu por amizade a literatura e, certamente, seu texto vai ganhar muitos amigos e, consequentemente, o texto de Proust, para os poucos que não leram – como eu - será convidado a participar desse seleto círculo de amizade.  A leitura é uma amizade, mas não é uma amizade qualquer. Para os amigos somos simpáticos, somo corteses, somos aconselhadores e a leitura talvez seja a amizade mais franca, mais intima e mais leal. Pois foi isso que observei em “A Tartaruga e a Borboleta: um caminho para Proust”. Seu texto tem sabor, tem ritmo, não é esnobe, tampouco agrada apenas pela boa educação, enfim, como toda boa amizade é agradável, é bonito, é simpático.  A forma como você nos convida para ler Proust não é apelativa ou superlativa, é franca, é convincente, é inteligente,  enfim, uma forma amiga.  A sua lealdade com o entendimento  do texto desse autor só pode ser fruto de outros elementos: leituras, releituras, conhecimento, sensibilidade e, sobretudo, paixão.  Esqueça, portanto, as palavras escritas nas orelhas: modestosintético, e temeridade. Um bom livro, suponho, é também aquele que pode sintetizar temas importantes, sem que para isso seja modesto ou acanhado – quem contestar que leia Maquiavel.
Ao terminar seu livro tive entendimento que Marcel Proust tem  recursos psicológicos bastante sofisticados de dar inveja a muitos psicanalistas e psicólogos. Na verdade, como você bem disse, o tronco schophenhaueriano desmembrou-se na filosofia de Nietzsche, na expressão artística do próprio Proust e na construção da psicanálise do texto freudiano. Mas admitamos a arte é muito mais bonita e instigante e um capítulo como o do “o sono nos abre os olhos” nos traz não apenas uma teoria, mas toda uma experiência do enigma do sono e do sonho – outro dia vi uma frase de Mário Quintana que dizia: “sonhar é acordar-se por dentro”. Mário Quintana? Ilusão! Isso é Proust ou uma cópia aventureira de um de seus tradutores – o próprio Quintana.  
Começo a achar que Dante, Cervantes, Shakespeare fazem parte do velho testamento da literatura mundial e Flaubert, Kafka e Proust do novo testamento. O cristianismo foi divulgado por Paulo de Tarso a toda Roma e a literatura de Proust me foi  apresentada, em especial e particularmente, por um outro Paulo. O Paulo meu amigo, autor de outro amigo meu, o seu texto, amigo da leitura, e da literatura.
Não há bons textos chatos, nem bons amigos chatos. Há amizade e boa leitura."
Marcos Creder  ( texto elaborado para o Blog “O Olhar da Coruja”)

3 comentários:

guilherme disse...

O livro de Paulo é realmente excelente

Alice disse...

Quer dizer que Mário quintana esta plagiando Proust? afoito, rs

Alice disse...

Acho que é uma forma excelente de se conhecer Proust. Comecei a ler e gostei muito.