Portanto toda parte é começo e fim”
(Hipócrates)
Dentro da concepção sistêmica,
a família funciona como um circuito onde o comportamento de um dos seus membros
afeta os demais membros, e vice-versa. Neste sentido, podemos ver a família
como um todo complexo e integrado, no qual suas partes (membros) são
interdependentes, exercendo entre si influências recíprocas (retroalimentação).
A família enquanto família é
um sistema, mas enquanto parte da sociedade é um subsistema, isto é, faz parte
de um sistema que lhe é maior (sistema social).
Já os membros familiares, integrantes
do composto familiar, são subsistemas do sistema familiar. Assim sendo,
define-se SUBSISTEMA como uma unidade menor dentro do sistema. Por exemplo:
díade pai-mãe, tríade pai-mãe-filho, irmãos (subsistema fraterno), avô-neto,
etc. Até o indivíduo é um subsistema. Observem que dentro de um sistema
familiar podem haver diversos subsistemas, entre eles o geracional, conjugal,
gênero, hierárquico... Um mesmo indivíduo pode pertencer a diferentes
subsistemas, em cada subsistema a que pertence tem papel, funcionalidade e
níveis de poder variados.
Um sistema familiar, por sua
vez, funciona e se sustenta em uma base estrutural. Um dos mais importantes
criadores da Terapia Familiar, o argentino Salvador Minuchin (considerado o
“Freud” da Terapia Familiar), desenvolveu a concepção estrutural/dinâmica da
família. Para poder se observar a estrutura familiar, dizia Minuchin se faz
necessário fazer um “mapa” da família. Sem esse mapa nos perderíamos dentro do
contexto e jogo interpessoal dinâmico familiar.
A estrutura familiar, pelo
acima exposto, é um conjunto invisível de fronteiras e exigências (regras) funcionais
que organizam as maneiras pelas quais os membros da família interagem, criando
padrões transicionais que regulam o comportamento dos membros da família. É
necessário, portanto, conhecer as regras familiares, suas aliança internas e as
fronteiras subsistêmicas e sistêmicas.
As fronteiras podem ser
rígidas, nítidas ou difusas. As fronteiras rígidas impedem a proximidade da
intimidade, Já as nítidas permitem a troca de intimidades, enquanto que as
difusas misturam as intimidades a ponto de sacrificar intimidade individual.
Como dizia Minuchin, “as
fronteiras são o conjunto de regras que determinam quais serão os participantes
de cada subsistema da família, são as fronteiras que protegem a distinção do
sistema e garantem sua particularidade, possibilitando o funcionamento eficaz
do sistema familiar. “As fronteiras de um subsistema são as regras que definem
quem participa de cada subsistema e como participa. Para que o funcionamento
familiar seja adequado, estas fronteiras devem ser nítidas”.
Sobre o assunto ver:
Um olhar sobre a família na perspectiva sistêmica: o
processo de comunicação no sistema familiar
As origens do pensamento sistêmico: das partes para o todo
Fixação de fronteiras: uma técnica utilizada na terapia
familiar
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