FAMÍLIA
Estamos mais uma vez reeditando este espaço semanal, denominado de DIÁRIO DE AULA, com fins de
subsidiar as aulas do professor Joaquim Cesário que são ministradas na
disciplina FAMÍLIA E REALIDADE SOCIAL. Evidente que tal coluna não tem a
pretensão de exaurir as questões, nem muito menos substituir as leituras de
livros, pesquisas, estudos e ensaios pertinentes. Pelo contrário, além de
funcionar como um suporte às aulas aplicadas, trará também sugestões de
bibliografia. O DIÁRIO DE AULA é, pois, uma ferramenta pedagógica e acadêmica
que, conjugadamente a outras, visa aprimorar o pensamento crítico do aluno ao
abordar as temáticas que hoje fazem parte de sua grade escolar, mas que amanhã
farão parte de sua vida profissional e, por que não também, até pessoal.
Toda
e qualquer disciplina que tem como foco a família não é, de antemão, uma
disciplina fácil, afinal quem já não tem ideias e concepções sobre assuntos
como maternidade, paternidade, filiação, casamento, amor, paixão, divórcio,
relação entre irmãos e família em geral? Não é a toa que Léon Tolstói escreveu
que “todas famílias felizes se parecem;
as famílias infelizes são infelizes cada um a sua maneira”. Todas famílias
felizes se parecem porque o ideal de família feliz é compartilhado. Acontece
que a família ideal não existe, ou somente existe no ideal de cada um de nós.
Existem família mais felizes ou menos felizes, mais infelizes ou menos
infelizes, mais estruturadas umas do que outras, mais organizadas ou menos
organizadas. Apenas não há a feliz plenamente harmônica e sem conflitos, estilo
“família margarina”, a não ser nos poucos segundos de uma peça publicitária, ou
no imaginário idealizado de todos nós.
Discutir temas familiares,
estudar sobre os mesmos, tematizá-los e higienizá-los de certas visões romanceadas
e até de certas ideias preconcebidas não é tarefa fácil, todavia reside aqui
nosso desafio e nossa meta. E é por este caminho de construções e desconstruções
que irá versar e seguir o DIÁRIO DE AULA. Passo a passo, aula a aula, assunto
por assunto, sempre às quartas-feiras e desde logo sabendo ser inesgotável o
manancial temático, pois não há algo mais humano, demasiadamente humano, do que
família e tudo o que ela representa.
A família é por muitos
considerada a unidade básica da sociedade. Como grupo social primário que é a
família influencia sobremaneira a formação de seus membros, ao tempo em que é
igualmente influenciada por outras pessoas, instituições e momentos históricos. Como unidade social a família enfrenta
uma série de tarefas desenvolvimentais e é nela que, geralmente, nasce e cresce
o indivíduo. Podemos dizer que a família é o terreno onde se edifica a pessoa
humana.
Assim
sendo é inteligível quando alguém afirma que a família é a base de uma
sociedade e do bem estar do indivíduo. Nesta relação intrínseca entre família e
sociedade observa-se uma bilateralidade, ou seja, tanto a sociedade é um
reflexo da família quanto esta é um reflexo da sociedade. Quando a família de
um modo geral não está bem a sociedade também não está bem, e vice versa.
Família
não é apenas um conjunto de pessoas, mas sim uma estrutura. Tal estrutura é representada pela forma como se organiza o grupo e como interagem entre si seus
membros. E é neste conjunto invisível de exigências e funções que tanto se
organiza as relações socioafetivas de seus membros quanto se forma a
personalidade e se influencia a personalidade de cada um. A família,
psicologicamente falando, é o pilaste de sustentação do sujeito humano.
A família, pois, tem como função
primordial contribuir para a saúde física e mental dos indivíduos nela
habitantes, principalmente às crianças que junto ao seio familiar estão se
desenvolvendo. De um modo geral a família é o primeiro grupo social da criança,
razão pela qual ela (família) assume a socialização primária do infante, bem
como seu fundamental papel que é o da afetividade. Um bebê, por exemplo, não
necessita apenas de proteção e nutrientes, mas também de afetos e cultura. E,
como veremos ao longo das aulas, a família desempenha esta essencial função psicossocial
que é o de intermediar a criança e a sociedade.
Torna-se,
portanto, imprescindível, no campo da Psicologia, estudar e melhor compreender
as dinâmicas familiares, objetivo tanto da disciplina universitária quanto
desta coluna semanal. Este é, a partir de agora, um espaço que visa acompanhar pari passu os alunos matriculados na
disciplina de Família e Realidade Social da FAFIRE, mas é também um espaço a
todos interessados pelo tema, sejam eles profissionais e/ou estudantes das áreas
de ciências humanas e da saúde, ou a quem interessar possa.
Fica
aberto este lugar para, inclusive, debates, reflexões e contribuições de todos
que por aqui navegue, periódica ou eventualmente. E já na próxima quarta
iniciaremos com o conceito de família que iremos trabalhar ao longo de todo o
semestre.
Contudo, para fins de estudos iniciais, sugerimos a leitura do seguinte texto: CONTEXTO DA FAMÍLIA contido no link abaixo:
http://books.scielo.org/id/965tk/pdf/oliveira-9788579830365-02.pdf
Considerando o atraso no inícios das aulas segue logo abaixo outro post
Um comentário:
Gostaria de ter tido esse espaço quando cursei a disciplina. Espero que os estudantes desse período saibam aproveitar a oportunidade. Certamente, eu irei. Gostei da proposta, vamos ver o andamento.
Boa sorte. :)
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