quarta-feira, 15 de agosto de 2018

DIÁRIO DE AULA: INTRODUÇÃO

FAMÍLIA


             

    Estamos mais uma vez reeditando este espaço semanal, denominado de DIÁRIO DE AULA, com fins de subsidiar as aulas do professor Joaquim Cesário que são ministradas na disciplina FAMÍLIA E REALIDADE SOCIAL. Evidente que tal coluna não tem a pretensão de exaurir as questões, nem muito menos substituir as leituras de livros, pesquisas, estudos e ensaios pertinentes. Pelo contrário, além de funcionar como um suporte às aulas aplicadas, trará também sugestões de bibliografia. O DIÁRIO DE AULA é, pois, uma ferramenta pedagógica e acadêmica que, conjugadamente a outras, visa aprimorar o pensamento crítico do aluno ao abordar as temáticas que hoje fazem parte de sua grade escolar, mas que amanhã farão parte de sua vida profissional e, por que não também, até pessoal.

                Toda e qualquer disciplina que tem como foco a família não é, de antemão, uma disciplina fácil, afinal quem já não tem ideias e concepções sobre assuntos como maternidade, paternidade, filiação, casamento, amor, paixão, divórcio, relação entre irmãos e família em geral? Não é a toa que Léon Tolstói escreveu que todas famílias felizes se parecem; as famílias infelizes são infelizes cada um a sua maneira. Todas famílias felizes se parecem porque o ideal de família feliz é compartilhado. Acontece que a família ideal não existe, ou somente existe no ideal de cada um de nós. Existem família mais felizes ou menos felizes, mais infelizes ou menos infelizes, mais estruturadas umas do que outras, mais organizadas ou menos organizadas. Apenas não há a feliz plenamente harmônica e sem conflitos, estilo “família margarina”, a não ser nos poucos segundos de uma peça publicitária, ou no imaginário idealizado de todos nós.
                Discutir temas familiares, estudar sobre os mesmos, tematizá-los e higienizá-los de certas visões romanceadas e até de certas ideias preconcebidas não é tarefa fácil, todavia reside aqui nosso desafio e nossa meta. E é por este caminho de construções e desconstruções que irá versar e seguir o DIÁRIO DE AULA. Passo a passo, aula a aula, assunto por assunto, sempre às quartas-feiras e desde logo sabendo ser inesgotável o manancial temático, pois não há algo mais humano, demasiadamente humano, do que família e tudo o que ela representa.
               A família é por muitos considerada a unidade básica da sociedade. Como grupo social primário que é a família influencia sobremaneira a formação de seus membros, ao tempo em que é igualmente influenciada por outras pessoas, instituições e momentos históricos. Como unidade social a família enfrenta uma série de tarefas desenvolvimentais e é nela que, geralmente, nasce e cresce o indivíduo. Podemos dizer que a família é o terreno onde se edifica a pessoa humana.

                Assim sendo é inteligível quando alguém afirma que a família é a base de uma sociedade e do bem estar do indivíduo. Nesta relação intrínseca entre família e sociedade observa-se uma bilateralidade, ou seja, tanto a sociedade é um reflexo da família quanto esta é um reflexo da sociedade. Quando a família de um modo geral não está bem a sociedade também não está bem, e vice versa.
Resultado de imagem para familia         Família não é apenas um conjunto de pessoas, mas sim uma estrutura. Tal estrutura é representada pela forma como se organiza o grupo e como interagem entre si seus membros. E é neste conjunto invisível de exigências e funções que tanto se organiza as relações socioafetivas de seus membros quanto se forma a personalidade e se influencia a personalidade de cada um. A família, psicologicamente falando, é o pilaste de sustentação do sujeito humano.


         A família, pois, tem como função primordial contribuir para a saúde física e mental dos indivíduos nela habitantes, principalmente às crianças que junto ao seio familiar estão se desenvolvendo. De um modo geral a família é o primeiro grupo social da criança, razão pela qual ela (família) assume a socialização primária do infante, bem como seu fundamental papel que é o da afetividade. Um bebê, por exemplo, não necessita apenas de proteção e nutrientes, mas também de afetos e cultura. E, como veremos ao longo das aulas, a família desempenha esta essencial função psicossocial que é o de intermediar a criança e a sociedade.
                Torna-se, portanto, imprescindível, no campo da Psicologia, estudar e melhor compreender as dinâmicas familiares, objetivo tanto da disciplina universitária quanto desta coluna semanal. Este é, a partir de agora, um espaço que visa acompanhar pari passu os alunos matriculados na disciplina de Família e Realidade Social da FAFIRE, mas é também um espaço a todos interessados pelo tema, sejam eles profissionais e/ou estudantes das áreas de ciências humanas e da saúde, ou a quem interessar possa.
Fica aberto este lugar para, inclusive, debates, reflexões e contribuições de todos que por aqui navegue, periódica ou eventualmente. E já na próxima quarta iniciaremos com o conceito de família que iremos trabalhar ao longo de todo o semestre.
Contudo, para fins de estudos iniciais, sugerimos a leitura do seguinte texto: CONTEXTO DA FAMÍLIA contido no link abaixo:
http://books.scielo.org/id/965tk/pdf/oliveira-9788579830365-02.pdf

Considerando o atraso no inícios das aulas segue logo abaixo outro post


Bons estudos.

Joaquim Cesário de Mello

Um comentário:

rotina criativa disse...

Gostaria de ter tido esse espaço quando cursei a disciplina. Espero que os estudantes desse período saibam aproveitar a oportunidade. Certamente, eu irei. Gostei da proposta, vamos ver o andamento.

Boa sorte. :)