quinta-feira, 11 de junho de 2015

DIÁRIO DE AULA - ENCERRAMENTO

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Como me é de praxe, a todo término de semestre letivo onde, inclusive, encerro a série DIÁRIO DE AULA, frequentemente apresentada nas quartas-feiras neste blog, tenho o hábito de também me despedir da turma de FAMÍLIA E REALIDADE SOCIAL que vivi e convive os últimos quatros meses. Não seria hoje que faria diferente.
Resultado de imagem para aulaFoi, indubitavelmente, uma experiência para mim um tanto inusitada. Insólito não porque fosse uma turma diferente de muitas que já conhecemos ao longo de tantos anos de docência, mas sim pelo seu aspecto quantitativo, isto é, eram mais de 60 alunos em sala. Quantos alunos deve haver em uma sala de aula? Pergunta antiga e, talvez, sem uma resposta definitiva. Porém uma coisa me parece clara: uma quantidade menor de alunos em sala possibilita resultados melhores, tais como desempenho acadêmico e interação social. Mas isso não deve ser determinante por si mesmo, afinal muito também tem-se a ver com o professor e a forma como ele se adapta às novas realidades. E aqui quem "pecou" foi eu. Tive desde o início dificuldades adaptativas e encerrei o semestre sem superá-las satisfatoriamente. 
Resultado de imagem para professorNúmero de alunos por sala em princípio é referencial e não se deve ser analisado isoladamente. Turmas maiores ou menores não são certeza de qualidade de ensino e aprendizagem. Se nos basearmos em estudos recentes como o realizado pelo instituto Thomas B. Fordham nos EUA, o número de alunos importa menos que a qualidade do professor. Sei que tenho cá minhas qualidades, virtudes, defeitos, limitações e potencialidades. Mas sei também que não consegui o melhor ou o ótimo de mim. Não cabe a mim, aqui e agora, justificar-me, porém reconhecer, aceitar e tentar entender como posso melhorar em um futuro breve. 
Resultado de imagem para mudançaNão há sala de aula ideal, nem professor ideal. Temos, ambos, professores e alunos, que aprender a lidar com o que temos, com a realidade. Essa é a nossa grande aprendizagem. Esse o nosso grande desafio. Lidar com a realidade não significa resignarmos plenamente a ela. Mudar e crescer é destino humano, embora aqui e ali haja nossos retrocessos. Sejamos, como dizia Gandhi, a mudança que queremos ver no mundo, pois - como também dizia o escritor americano Jackson Brown Jr. - "se você quer mudar tudo, basta mudar a sua atitude". 
Resultado de imagem para aulaApesar de tantos em sala, em meio a tanta heterogenia, dos muitos conheci alguns, mesmo que um pouco rapidamente. Destes rostos que se salientaram daquele mar de rostos muitos me surpreenderam. Esforçados, dedicados, inteligentes, críticos, inquietos e, principalmente, curiosos, muito curiosos. A curiosidade, nas palavras de William Arthur Ward, "é o pavio na vela da aprendizagem". Não há nada mais genuinamente estudante, estudante inclusive da vida, que a curiosidade. A curiosidade está no âmago da busca do sentido da vida. A curiosidade, como afirma a psicóloga portuguesa Isabel Leal, "se não nos tira os medos, nos deixa, pelo menos, entusiasmados com o que vem a seguir". E o que vem a seguir, meus caros agora ex-alunos (estudantes), é o futuro - o de vocês e daqueles que vocês poderão ajudar. Dedico, pois, esta minha despedida aos seus futuros. E aqui eis-me mais uma citando Gandhi: "o futuro dependerá daquilo que fazemos no presente". 
Resultado de imagem para amanhãDa enorme maioria daqueles que para mim ficaram anônimos e encobertos, acredito que vários também se destacariam se o momento ou a situação assim permitisse. Pena não tê-los conhecido ainda, mas sei que possivelmente em breve nos encontraremos. Estamos fechando apenas uma porta de um semestre letivo, porém temos o resto inteiro do amanhã e o porvir. 
Resultado de imagem para autenticidadeDe mim, das minhas incompletudes e imperfeições, tentei ser o melhor que pude dentro das circunstâncias do instante da minha vida. Por detrás de minhas pantomimas e brincadeiras, esforcei-me para ser genuíno, autêntico e sério. Não sei se o que lhes trouxe foi verdades, porém eram ou são verdades para mim. Não me fiz correto ou incorreto, apenas sincero. Se depois daqui minhas leituras e verdades mudarem, continuarei querendo ser coerente, original e genuíno comigo mesmo e com os outros. Se falho, como tantas vezes falho, é tão somente porque sou humano. Minhas falhas e equívocos são revelações da minha demasiada humanidade. 
Até logo, colegas. Se não lhes fui o melhor de mim, perdoem-me. O que fui foi o melhor que pude. Até lá. Até a próxima esquina da vida...
Boas férias
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Joaquim Cesário de Mello

2 comentários:

Unknown disse...

Que lindo professor!
Pois saiba que não foi apenas o senhor que sentiu dificuldades, uma turma com mais de 60 alunos realmente é muito complicado (no mínimo). Diante do que o sr. falou sobre seus esforços, saiba que conseguiu dar conta do recado direitinho viu, suas aulas sempre foram muito ricas e prazerosas. Sempre acreditei que a melhor forma de se aprender é brincando e dentre tantos outros lecionadores que já tive, você foi um dos poucos que ensinou desta forma. Saiba que da mesma forma que falos deles até hoje com muito orgulho e gratidão sei que vou falar do sr. e das suas aulas. Então quem agradece aqui sou eu.
Bjs e obrigada!

Anônimo disse...

Quando há sinceridade mesmo o nosso pior é cheio de riquezas e aprendizados. Assim acredito...