Estorinha
Era uma
vez uma menina...
Durante a
infância, foi ensinada a trilhar um caminho que dava numa rua onde faria sua
morada e ali seria feliz! Relatos maravilhosos sobre aquele lugar a encantava,
quem ali chegava era tão feliz que não retornava. Ela caminha, tropeça, cai
feio às vezes, mas não desiste de sua felicidade e segue.
O faz- de
-conta se vai com a infância, chega a adolescência...
Moça
persistente e sonhadora continua a seguir seu caminho rumo à rua onde terá sua
morada. Durante a caminhada conhece diferentes pessoas, moradoras de outras
ruas... Parecem até felizes... Mas ela segue seu caminho.
A idade
adulta se aproxima, e da mesma forma, o final de sua jornada: serei feliz!
Pensa a exausta jovem.
O tempo
passa... E a metros da sua rua o sonho se vai... Adulta, a agora mulher segue
cansada em companhia da realidade. Mais alguns passos e se depara com pessoas
retornando de onde teria enfim, o fim feliz de sua jornada: parecem
desiludidas, sofridas... E tristes! Ela para e pensa rapidamente em desistir
ali mesmo, sem sequer conhecer o endereço onde seria enfim feliz. Pensa em tudo
que passou em sua caminhada e um vazio a toma.
Começa
então a armar uma barraca um estranho de boa aparência se aproxima, a vê
naquela situação e a ajuda, a conforta... E com ele fica ali... Naquela situação:
insegura e indecisa... Se retorna... Se continua ou não sua caminhada a cada
dia seguinte... Ali, tão perto e tão longe de seu sonho!
Beirando
os quarenta, envelhece lá ainda hoje, sofrendo quem sabe até mais do que os que
daquela rua voltaram... na sua indecisão. Fez da barraca no caminho sua morada
e do estranho medo do desconhecido seu marido.
Será o fim?
Edjelma Arantes dos Santos, na madrugada de 18/04/2012.
(psicóloga clínica, e-mail:jelalternativa@hotmail.com)
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