PARENTALIDADE: EDUCAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO DOS FILHOS
Qual a melhor forma de educar os filhos? Esta pergunta é antiga e muito já se tem escrito sobre isto. Em meados dos anos 1960 Diana Baumrind (psicóloga e pesquisadora americana nascida em 1927 e que dedicou sua vida ao estudo da temática ora em pauta) desenvolveu o modelo teórico sobre os tipos de controle parental. Seu iniciante trabalho foi um marco no campo de estudo sobre a educação pais e filhos, e inspirou inúmeros trabalhos sobre estilos parentais. Baumrind propõe três tipos de controle (estilo) parental, a saber: autoritativo, autoritário e permissivo. Os efeitos de tais estilos parentais sobre a educação das crianças - suas pesquisas mostraram - resultam em diferentes graus de competência social (maior assertividade, maior maturidade, auto-regulação, independência, autonomia, conduta empreendedora e responsabilidade social).
Pais autoritativos incentivam
o diálogo com seus filhos, direcionam as atividades das crianças de maneira
orientada e racional, colocando sua visão de adulto sem com isto restringir a
criança. Já os pais autoritários estimam a obediência cega como virtude,
modelando e controlando rígida e punitivamente a criança. Os pais permissivos,
por sua vez, são aqueles pais que se comportam de maneira não-punitiva e
receptivos aos desejos e ações das crianças sem se colocarem como modelo e
agente responsável em direcionar o comportamento infantil.
O
estilo parental permissivo é desmembrado em dois: o indulgente e o negligente.
O indulgente é caracterizado pelo estilo carinhoso, porém não exigente em
relação aos deveres e normas. Já o negligente é aquele pai que não se envolve no
exercício das funções parentais (desresponsabilização) e mantém apenas o atendimento
das mínimas necessidades básicas.
Pelo
acima exposto, com base nas duas dimensões da parentalidade (responsividade e
exigência), pode-se observar que pais autoritários são exigentes, mas não
responsivos; enquanto que os pais permissivos indulgentes são bastante responsivos,
porém não exigentes; bem como os permissivos negligentes nem são responsivos
nem exigentes. Os pais autoritativos, contudo, são exigentes e responsivos, há
uma reciprocidade, os filhos devem responder às exigências dos pais, mas estes
também aceitam a responsabilidade de responderem, o quanto possível, aos pontos
de vista e razoáveis exigências dos filhos.
Pesquisas
reforçam o acima exposto, tais como as de Lambord e colaborados, que em 1991
pesquisaram 4000 jovens adolescentes, com o seguinte resultado: adolescentes
que perceberam seus pais como
autoritativos mostraram mais aspectos positivos de desenvolvimento (alto índice
de competência psicológica e baixo índice de disfunção comportamental e
psicológica), enquanto os que perceberam seus pais como negligentes mostraram
aspectos negativos. Já os adolescentes que viram seus pais como autoritários ou
como indulgentes apresentaram características tanto positivas quanto negativas,
sendo os negativos, entre outros, retração social, depressão e ansiedade, com pouca
habilidade do traquejo e manejo social,
Trabalhos
e pesquisas outras também apontam que filhos de pais autoritativos apresentam
melhor desempenho escolar, maior autoestima e autoconfiança, e instrumentalmente
mais socialmente competentes. Quem aqui
se interessar por conhecer algumas dessas pesquisas, sugiro acessar os seguintes links: http://www.scielo.br/pdf/prc/v17n3/a05v17n3.pdf