que me creio muitas vezes
construído apenas de escuridão.
Minhas noites não são feitas
de vampiros, monstros ou fantasmas,
minhas noites são feitas de ausências e vazios
por onde percorro como um predador
a espreitar as nódoas cinzas de mim mesmo.
de vampiros, monstros ou fantasmas,
minhas noites são feitas de ausências e vazios
por onde percorro como um predador
a espreitar as nódoas cinzas de mim mesmo.
A única assombração que me assombra
é esta pálida sombra que reflito,
e que na claridade que me habita fora
desconhece-se dela qualquer indício.
é esta pálida sombra que reflito,
e que na claridade que me habita fora
desconhece-se dela qualquer indício.
que já nem sequer vejo minhas beiradas
e embotado sigo em meus mistérios
como quem inútil corta a obscuridade
com o fio cego de uma navalha gasta.
E lá no fim,
por detrás de todos meus silêncios tristes,
escuto a voz presa e frágil que me diz:
“estou cansado”.
por detrás de todos meus silêncios tristes,
escuto a voz presa e frágil que me diz:
“estou cansado”.
em que a noite não mais se encerra,
ver um dia, ao menos um dia,
o arder nos olhos da luminosidade amarela
do sol.
Joaquim Cesário de Mello
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