por detrás das vidraças de minhas janelas
aqui onde ventos não me assanham cabelos
nem o frio das ruas me arrepiam a pele.
Como se nada me
atingisse
vou-me iludindo de infinitudes
e são tantos e tantos os intermináveis dias
que haverei um dia ou de romper
os limites quebradiços dos meus espelhos
ou sucumbir sufocado de infância e eternidade.
vou-me iludindo de infinitudes
e são tantos e tantos os intermináveis dias
que haverei um dia ou de romper
os limites quebradiços dos meus espelhos
ou sucumbir sufocado de infância e eternidade.
Engordo-me em
armaduras de cristal
sem saciar nenhuma fome ou sede
e enorme vou ficando de tão cheio
das imensidões das lembranças inapagáveis.
sem saciar nenhuma fome ou sede
e enorme vou ficando de tão cheio
das imensidões das lembranças inapagáveis.
Como quisera por
um breve instante
passageiro e repentino até
poder deixar de ser eu e minhas inquietudes
e respirar sem o abafado cansante das interioridades.
passageiro e repentino até
poder deixar de ser eu e minhas inquietudes
e respirar sem o abafado cansante das interioridades.
Gostaria assim
liberto de mim
dissolver-me líquido e lento
como esta furtiva lágrima
que me escorre a face e ninguém vê
nem mesmo a mulher que me dorme
dissolver-me líquido e lento
como esta furtiva lágrima
que me escorre a face e ninguém vê
nem mesmo a mulher que me dorme
ao lado.
Joaquim Cesário de Mello
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