FRALDAS, NINHO E CHUPETAS:
A FAMÍLIA NUCLEAR COMPLETA
Quem casa quer casa, diz o dito popular. Pois é, casamento parece representar a criação de um novo ninho, uma nova morada, uma nova família nuclear. Epa, perá aí! Mas desde o inicio não dizíamos que família nuclear era aquela constituída de um casal com filho(s)? Também não definimos, para efeito operacional da disciplina, que família era um grupo de pessoas ligadas por laços de parentesco que se incumbe da criação da prole...? Pois é, tá faltando algo. Tá faltando filhos ao casal. Claro que há casais que decidem não ter filhos, ou não podem e não querem adotar. Sim, é verdade. Mas a maioria das pessoas se casam não somente para casarem, mas para construírem eles mesmos suas próprias famílias, incluindo filhos. É como aquele quase mandamento bíblico: crescei e multiplicai-vos. Aliás, não só bíblico, afinal se crescêssemos e não gerássemos filhos não haveria humanidade.
O nascimento de um filho, e mais ainda do primeiro filho, é um acontecimento significativo no seio do casal e da família ampliada. Todo mundo acrescenta mais um grau de parentesco, ou seja, os cônjuges viram pais, os pais do cônjuges viram avós, os irmão dos cônjuges viram tios, e assim por diante.
O que sabemos é que na chegada de
um filho tem ele, de início, três destinos:
-
há espaço afetivo para ele no seio do casal;
-
não há espaço afetivo para ele no seio do casal;
-
ele vem ocupar um espaço afetivo vazio no casal ou em um dos cônjuges.
Enquanto
na primeira hipótese há clara aceitação do filho e da paternidade e na segunda
rejeição, a terceira é mais sutil e camufla a rejeição. Uma proximidade
excessiva do casal ou de um dos cônjuges com o filho (superproteção, por exemplo),
pode revelar que este filho vem para preencher um vácuo na vida dos adultos.
A respeito do acima exposto, vide
PATERNIDADE: VIVÊNCIA DO PRIMEIRO FILHO E MUDANÇAS FAMILIARES, de Márcia Jager
e Cristiane Bottoli: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1516-36872011000100011&script=sci_arttext.
Resumamos
a questão:
-
a chegada do primeiro filho geralmente mobiliza mais do que a chegada dos
seguintes;
-
inaugura-se uma nova família (nuclear);
-
há uma mudança de status e de vida no casal;
-
o casal avança para uma nova etapa desenvolvimental (avança uma geração);
-
quem antes foi cuidado agora passa a ser cuidador;
-
as famílias de origem também acompanham o processo de transformação de novos
papéis e funções familiares;
-
é preciso abrir um espaço físico e emocional para a chegada do filho;
-
reestrutura-se a base da família e os limites com as famílias de origem;
-
é necessário abrir espaço para as díades mãe-filho, pai-filho, marido-mulher;
-
cabe aos pais dos pais (agora avós) passarem a uma posição secundária, no
sentido de permitir que seus filhos (agora pais) assumam e exercitem seus
papéis e autoridade de pais;
-
não existe manual que ensine o casal a serem pais. Cada pai tem de aprender com
seu filho a ser pai/mãe.
LEITURAS SUGERIDAS:
- GRAVIDEZ DO PRIMEIRO FILHO: PAPÉIS SEXUAIS, AJUSTAMENTO CONJUGAL E EMOCIONAL (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722008000200002)
- A TRANSIÇÃO PARA A PATERNIDADE:
DA GESTAÇÃO AO SEGUNDO MÊS DE VIDA DO BEBÊ
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642009000200008
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642009000200008
- MATERNIDADE E PATERNIDADE: A
PARENTALIDADE EM DIVERSOS CONTEXTOS (Editora Casa do Psicólogo)
Joaquim Cesário de Mello
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