Perguntas: visam
interrogar o paciente, pedir a este dados mais precisos, amplificações e
aprofundamentos de tópicos discursivos apresentados. Através de perguntas o
terapeuta explora mais detalhadamente suas respostas. Em abordagens
cognitivas-comportamentais, assim como em terapias mais dialetizadas, têm o
questionamento socrático como uma das suas principais ferramentas/intervenções.
Tal método não é restrito às abordagens cognitivistas, porém bastante utilizada
pelas mesmas. Para melhor compreensão/estudo vide o artigo A relevância da técnica de
questionamento socrático na prática Cognitivo-Comportamental, in: archhealthinvestigation.com.br
(Em psicoterapia, em
princípio, todo pensamento é antes de tudo uma hipótese a ser
testada/questionada. Essa é uma das principais funções da utilização de
perguntas ao estilo socrático, independente do tipo de psicoterapia).
Clarificação: reformula o relato do paciente, de modo a que certos conteúdos
e relações do mesmo adquiram mais relevo. É como se fossem um resumo ou síntese
que objetiva desembaraçar o relato emaranhado do cliente.
Exemplo: T: “então tudo estava
bem no trabalho até que seu colega lhe criticou e você, a partir daí, começou a
duvidar do que estava fazendo, e esta dúvida serviu para alterar o seu
rendimento. É Isso?”
Confrontação: intervenção que visa dirigir a atenção do paciente às
suas contradições apresentadas (incongruências cognitivas, afetivas,
comportamentais). Segundo Paul Dewald. em seu livro Psicoterapia: uma abordagem dinâmica, “é outra forma de intervenção muito
ativa, na qual o terapeuta dirige a atenção do paciente a algo consciente ou
pré-consciente eu expressou, mas que prestou pouca atenção naquele momento”. A
confrontação busca, assim, indicar e mostrar semelhanças ou diferenças de
certas partes do material/discurso.
Assinalamento: tem dois sentidos. Mostrar relação entre dados ou
aspectos do discurso, bem como o de destacar certo trecho do mesmo (comumente
também chama-se “pontuar”).
Sugestão: intervenções diretivas, podendo ser usadas com objetivo
de incentivo a algo à título de experiência, por exemplo.
Recapitulação: uma espécie de resumo de pontos essenciais de uma
sessão ou de um conjunto de sessões.
Reconstrução: uma espécie de interpretação onde o terapeuta
reconstrói lacunas do discurso do paciente, dando-lhe uma compreensão racional
da gênese de seus conflitos ou de sua biografia. Há um texto de Freud,
Construções em Análise, escrito no final de sua vida em 1937 (disponível in: https://www.passeidireto.com/arquivo/5726878/freud-construcoes-em-analise-1937),
onde ele diz que o terapeuta completa aquilo que o paciente não consegue
lembrar do seu passado.
Validação egóica: elogios e enaltecimentos que visam reforçar
certas atitudes ou pensamentos/sentimentos do cliente.
Validação Empática: intervenção que visa compreensão dos afetos e
das atitudes e comportamentos do paciente/cliente a partir de seus pontos de
vista. Tipo: entendo como você se sente.
Contraversão: dialetizar o discurso do paciente/cliente,
contrapondo algo em seu sentido contrário. Busca-se o antagonismo para se alcançar
à síntese, ou seja, a ambivalência (Posição depressiva, no linguajar
kleiniano).
Psicoeducação: informar teoricamente/estatisticamente sobre algo.
Interpretação: tornar consciente algo que está inconsciente no
cliente/paciente. Visa o latente por detrás do discurso manifesto.
OBSERVAÇÃO: não confundir
intervenções frente ao material discursivo com emprego de técnicas e
procedimentos. As intervenções, que aqui estamos dando destaque, são manejos
dialogais e comunicacionais que faz o terapeuta no tocante ao material
narrativo (verbal/não verbal) do seu paciente. Exposição em imaginação, rolling
play, modelagem, cartões de enfrentamento, etc, são exemplos de emprego de
recurso técnicos, aliados às intervenções verbais acima relatadas.
Seja como for. Toda vez que o
terapeuta intervém verbalmente sobre o discurso do cliente está ele promovendo
alguma mudança no rumo narrativo do mesmo.
SUGESTÃO DE LEITURA:
No Processo
Terapêutico as intervenções do terapeuta são instrumentos essenciais porque são
agentes de mudança, in: https://pt.scribd.com/document/181059081/No-Processo-Terapeutico-as-intervencoes-do-terapeuta-sao-instrumentos-essenciais-porque-sao-agentes-de-mudanca
Intervenções do
terapeuta e pontos de urgência, in: https://www.passeidireto.com/arquivo/72438697/eizerik-psicoterapia-cap-27-intervencoes-do-terapeuta-e-pontos-de-urgenc
Momentos-chave e
natureza das intervenções do terapeuta em psicoterapia breve psicodinâmica,
in: https://www.scielo.br/pdf/pusf/v19n2/a06v19n2.pdf
Caso Vera:
intervenções do psicoterapeuta e aliança terapêutica, in: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2016000400002
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