Ouvi um sujeito comentar a quem estava do seu lado: "assisti a um filme que, apesar de ser brasileiro, é bom"… Esse “apesar” soou estranho, embora que, para quem estava ouvindo, pareceu natural. O natural das produções brasileiras, pelo menos aquelas que chegam ao circuito comercial, é serem de má, se não de péssima, qualidade. A que se deve isso? É um nó difícil de desatar.
No passado recente o argumento da precariedade do cinema nacional estava na má influência do regime militar, que, segundo os defensores dessas ideias, tolheu o processo criativo e não permitiu a liberdade de expressão. Interessante, contudo, é saber que um dos maiores cineastas brasileiros produziu seus melhores filmes exatamente nesse período. Falo de Glauber Rocha que foi internacionalmente premiado e muito aclamado na ocasião - cá entre nós, dirigia bons filmes, mas por demais “cabeça”, alguns chatos, cheio de divagações e imagens monótonas. Glauber deu, segundo os críticos, identidade ao cinema brasileiro e fez escola entre os produtores de nossos filmes de arte . Aliás, o que é cinema de Arte? Essa expressão ja desgastada e pedante me faz lembrar uma anedota na época: filme de arte é todo o filme que surpreende a plateia com as letrinhas (os créditos técnicos) subindo vagarosamente, sem que o filme aparentemente tivesse terminado.
Costumo dizer que os filmes de artes são as melhores produções do cinema, mas deixam de ser artísticos quando o público alvo se restringe aos próprios cineastas e a pessoas que trabalham com cinema - algo como a cobra mordendo o rabo, péssimo também quando ocorre em literatura. Além do mais, o próprio cinema de arte vem passando por uma crise de identidade, vem se tornando cada vez mais "clicheroso", repetitivo e fortemente contaminado pelo discurso "politicamente correto" - outra praga atualmente muito em voga no Brasil.
Costumo dizer que os filmes de artes são as melhores produções do cinema, mas deixam de ser artísticos quando o público alvo se restringe aos próprios cineastas e a pessoas que trabalham com cinema - algo como a cobra mordendo o rabo, péssimo também quando ocorre em literatura. Além do mais, o próprio cinema de arte vem passando por uma crise de identidade, vem se tornando cada vez mais "clicheroso", repetitivo e fortemente contaminado pelo discurso "politicamente correto" - outra praga atualmente muito em voga no Brasil.
De vez em quando, algumas emissoras de televisão dedicam um horário, tarde da noite, ao cinema nacional. Nessas horário, alguns pais, instintivamente, dizem: tirem as crianças da sala, pois vai passar filme brasileiro. Sim, isso mesmo! O cinema brasileiro infelizmente ainda tem o vício de se dedicar demasiadamente ao erotismo, na realidade, ao pornografia de má qualidade, cenas muitas vezes desnecessários - jse me tacharem de moralista, respondo apenas que gosto de Bukowski .
Na época da ditadura o “cine pornô” também reinava e, do mesmo modo que os de arte, fez escolas. Ouvi de um diretor desses filmes eróticos (nessa época não havia sexo explícito), de quem não recordo o nome, que, sem erotismo, o cinema não vingava, pois só o erotismo fez com que as pessoas saíssem de casa e assistissem algo diferente do que passava na televisão. Por muito anos obras literárias de boa qualidade foram convertidas ao padrão pornográfico no cinema. A obra de Nelson Rodrigues, por exemplo, caiu nessa vala da pornografia, “A Dama do Lotação” até hoje é marcado como clássico do cinema erótico nacional. Francamente, ainda estamos longe para produzir cenas de erotismo de qualidade, nem mesmo cenas pornográficas - seria um vexame nos delegar a produção de filmes da obra de Marquês de Sade ou de Boccaggio. Nossa erotismo tende a provocar riso. Não é a toa que nos anos setenta chamavam os filmes eríticos de pornochanchada.
Na época da ditadura o “cine pornô” também reinava e, do mesmo modo que os de arte, fez escolas. Ouvi de um diretor desses filmes eróticos (nessa época não havia sexo explícito), de quem não recordo o nome, que, sem erotismo, o cinema não vingava, pois só o erotismo fez com que as pessoas saíssem de casa e assistissem algo diferente do que passava na televisão. Por muito anos obras literárias de boa qualidade foram convertidas ao padrão pornográfico no cinema. A obra de Nelson Rodrigues, por exemplo, caiu nessa vala da pornografia, “A Dama do Lotação” até hoje é marcado como clássico do cinema erótico nacional. Francamente, ainda estamos longe para produzir cenas de erotismo de qualidade, nem mesmo cenas pornográficas - seria um vexame nos delegar a produção de filmes da obra de Marquês de Sade ou de Boccaggio. Nossa erotismo tende a provocar riso. Não é a toa que nos anos setenta chamavam os filmes eríticos de pornochanchada.
Pois bem se misturarmos erotismo de má qualidade com discurso politicamente correto “cabeça” do cinema nacional e acrescentar alguns elementos maniqueístas, sejam de esquerda ou de direita, alguns palavrões e algumas cenas para “causar”, temos como resultado a caricatura do nosso cinema contemporâneo, do cinema que talvez seja premiado excepcionalmente pela sua excentricidade. Enfim, a nossa produção cinematográfica é uma criança que demora a crescer, fica espiando a nudez proibida pelo buraco da fechadura, nos tempos de internet; fala do bem contra o mal como se vivêssemos ainda nos tempos da ditadura ou da guerra fria e que diz palavrões para se fazer de engraçado e de gente grande.
vejamos alguns exemplos...
Guilherme Leão
vejamos alguns exemplos...
Guilherme Leão
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